NA ATUAL CONJUNTURA, O ENSINO DE SOCIOLOGIA, OBRIGATÓRIO DESDE 2008 NO PAÍS, SURGE COMO IMPORTANTE FERRAMENTA DE DISSEMINAÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA (EAC) NAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES E CONSEQUENTEMENTE, NA CULTURA POPULAR. A EAC PROPÕE A REFLEXÃO CRÍTICA E COMPLEXA ACERCA DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS, ANALISANDO OS PAPÉIS DOS DIFERENTES ATORES ENVOLVIDOS NOS PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL, COMO ESTADO, EMPRESAS PRIVADAS E CIDADÃOS. A EAC SE DIFERE DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMUM, POIS ATUA DIRETAMENTE NO COMBATE AO CHAMADO “CONSERVADORISMO DINÂMICO” (GUIMARÃES, 1995), QUE NADA MAIS É QUE A TENDÊNCIA DO SISTEMA DE RESISTIR À MUDANÇA, ACEITANDO O DISCURSO TRANSFORMADOR JUSTAMENTE PARA GARANTIR QUE NADA REALMENTE MUDE.
A PESQUISA PARTIU DA ANÁLISE DE DOCUMENTOS ELABORADOS ENTRE OS ANOS DE 2008 E 2018, SÃO ELES: (1) BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) EM SUAS VERSÕES DE 2015, 2016 E 2018, (2) DOS EDITAIS DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO (PNLD) NAS VERSÕES DE 2012, 2015, 2018 E (3) DAS PRODUÇÕES PUBLICADAS NAS PRINCIPAIS REVISTAS CIENTÍFICAS BRASILEIRAS DA ÁREA DA EDUCAÇÃO ENTRE OS ANOS DE 2008 E 2018.
FOI POSSÍVEL NOTAR GRANDE AVANÇO ACERCA DA DISCUSSÃO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS NA TERCEIRA VERSÃO DA BNCC, CRIANDO VERDADEIRO CONTRASTE EM RELAÇÃO ÀS DUAS VERSÕES ANTERIORES, QUE PRATICAMENTE IGNORARAM A CONTRIBUIÇÃO DA SOCIOLOGIA NA TEMÁTICA. NA ÚLTIMA VERSÃO, APESAR DO CONCEITO DE EAC NÃO TER SIDO MENCIONADO DIRETAMENTE, A TODO MOMENTO FOI PROPOSTA UMA ANÁLISE CRÍTICA E COMPLEXA DA RELAÇÃO DA SOCIEDADE OCIDENTAL CONTEMPORÂNEA COM O MEIO AMBIENTE, COMPARANDO-A COM A DE OUTROS POVOS E SOCIEDADES, ENVOLVENDO UM DIVERSO NÚMERO DE ATORES RESPONSÁVEIS PELO PROCESSO ACELERADO DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E REFLETINDO SOBRE SOLUÇÕES QUE DEEM CONTA DA COMPLEXIDADE DA CRISE AMBIENTAL E CLIMÁTICA.
OS EDITAIS DO PNLD ANALISADOS SE FUNDAMENTAM, PRINCIPALMENTE, NAS DUAS PRIMEIRAS VERSÕES DA BNCC E ISTO FICA NÍTIDO QUANDO SE TRATA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS, POR EXEMPLO, QUE APESAR DOS DOCUMENTOS MENCIONAREM A SUSTENTABILIDADE COMO META UNIVERSAL DO ENSINO MÉDIO E COMO ASSUNTO PERTINENTE À ÁREA DE HUMANIDADES, ELE NÃO FOI COBRADO NA OBRA DIDÁTICA ESPECÍFICA DA DISCIPLINA.
QUANTO ÀS PUBLICAÇÕES NAS 12 REVISTAS CIENTÍFICAS FOI POSSÍVEL NOTAR QUE O NÚMERO DE ARTIGOS RELACIONADOS À EAC NA ESCOLA É BAIXO. JÁ A REVBEA PODE SER CLASSIFICADA COMO UMA REVISTA SOBRE EAC, JÁ QUE É VINCULADA À REBEA (REDE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL) QUE TEM COMO SEU NORTEADOR O MODELO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA.
SERÁ INTERESSANTE ANALISAR O EDITAL DO PNLD DE 2021, QUE SE BASEIA NA TERCEIRA VERSÃO DA BNCC (2018), PROVAVELMENTE ELE IRÁ SE DIFERENCIAR DOS TRÊS ANALISADOS PARA A PRESENTE PESQUISA.
REFERÊNCIAS
DIAS, G.F. OS QUINZE ANOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL. EM ABERTO Nº 68, BRASÍLIA, ABR./JUN., 1991, VOL. 17.
GUIMARÃES, MAURO. SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL. IN: GUERRA, ANTÔNIO
JOSÉ TEIXEIRA & CUNHA, SANDRA BAPTISTA DA. A QUESTÃO AMBIENTAL - DIFERENTES
ABORDAGENS. BERTRAND BRASIL. 4A EDIÇÃO – 2008.
GUIMARÃES, ROBERTO P. O DESAFIO POLÍTICO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO. LUA NOVA, 1995. N° 35, P. 113-136.
LAYRARGUES, PHILIPPE POMIER; LIMA, GUSTAVO FERREIRA DA COSTA. MUDANÇAS CLIMÁTICAS, EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE: PARA ALÉM DO CONSERVADORISMO DINÂMICO. EDUCAR EM REVISTA, ISSUE SPE3, PP.73-88. JANEIRO, 2014.