RESUMO
ESTA ANÁLISE SE PROPÔS A DISCUTIR O BULLYING COMO UM PROBLEMA SOCIAL QUE AFETA UMA CONSIDERÁVEL PARCELA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO, VIOLANDO A INTEGRIDADE FÍSICA E AFETANDO A SAÚDE EMOCIONAL PODENDO TRAZER CONSEQUÊNCIAS DESASTROSAS. ESTE ESTUDO É DE BASE TEÓRICA E SE FAZ NECESSÁRIO, PRIMEIRAMENTE ENTENDER O QUE É O BULLYING E COMO ELE OCORRE, COMO IDENTIFICAR QUEM SÃO OS POTENCIAIS AGRESSORES E SUAS POSSÍVEIS VÍTIMAS. E, POSTERIORMENTE, COMPREENDER A NECESSIDADE DE SE DEBATER O BULLYING. SEGUNDO FANTE (2005) O BULLYING É UMA DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA QUE MAIS CRESCE NO MUNDO E O QUE À PRIMEIRA VISTA, APARENTEMENTE, PODE COMEÇAR APENAS COMO UM APELIDO INOFENSIVO PODE AFETAR O FÍSICO E O EMOCIONAL DA VÍTIMA. DIANTE DISSO, FOI REALIZADA UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA SOBRE O BULLYING NO ENSINO MÉDIO, AMBIENTE NO QUAL OS JOVENS ESTÃO SUJEITOS A DIVERSOS TIPOS DE VIOLÊNCIA, SENDO O BULLYING UMA DAS MAIS RECORRENTES, JUSTAMENTE NA FASE QUE OCORREM TRANSFORMAÇÕES CORPORAIS E EMOCIONAIS DE FORMA MAIS INTENSA. AS DIFERENÇAS, PARTICULARIDADES E CONDIÇÕES SOCIAIS DOS INDIVÍDUOS SÃO UTILIZADAS COMO FORMA DE VALIDAR A VIOLÊNCIA COMETIDA PELO FATO DAS VÍTIMAS NÃO SE ENCAIXAREM NOS PADRÕES SOCIAIS. ESSA ANÁLISE PRETENDE ENTENDER O UNIVERSO ESCOLAR QUE É UMA MICROSSOCIEDADE QUE REFLETE INTOLERÂNCIAS E PRECONCEITOS EXISTENTES NA MACRO SOCIEDADE, É IMPORTANTE ENTENDERMOS ESSE TIPO DE VIOLÊNCIA, DEBATER SOBRE O ASSUNTO E MOSTRAR A IMPORTÂNCIA DE AS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS ESTAREM ATENTAS AO BULLYING NA TENTATIVA DE EXTIRPAR ESSE MAL QUE PODE SER CONSIDERADO UMA FORMA DE BARBÁRIE.
TEMA/ RELEVÂNCIA/JUSTIFICATIVA
AS MOTIVAÇÕES QUE ME LEVARAM A INVESTIGAR ESTE TEMA SURGIRAM A PARTIR DA ESCASSEZ DE CIENTISTAS SOCIAIS QUE FAZEM REFLEXÕES SOBRE O BULLYING NO ENSINO MÉDIO, POIS A SOCIOLOGIA COMO UMA CIÊNCIA QUE ESTUDA A SOCIEDADE E OS PROBLEMAS SOCIAIS VIGENTES PODE CONTRIBUIR NO EXERCÍCIO DO DEBATE DESSE PROBLEMA E DISCUTIR POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA O BULLYING NO ENSINO MÉDIO. A RELEVÂNCIA DO TEMA SE DEVE AS DIFERENÇAS, PARTICULARIDADES E CONDIÇÕES SOCIAIS DOS INDIVÍDUOS SÃO UTILIZADAS COMO FORMA DE VALIDAR A VIOLÊNCIA COMETIDA PELO FATO DAS VÍTIMAS NÃO SE ENCAIXAREM NOS PADRÕES SOCIAIS. O BULLYING NESSA PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA SURGE COMO FORMA DE INTOLERÂNCIA E DIFICULDADE DE CONVIVER COM AS DIFERENÇAS NO ESPAÇO ESCOLAR E SE APRESENTA COMO PRÁTICA DE VIOLÊNCIA QUE PODE SER VERBAL, FÍSICA, PSICOLÓGICA, SEXUAL E MORAL. A ESCOLA É UM DOS LUGARES QUE O INDIVÍDUO EM FORMAÇÃO PASSA MAIS TEMPO. SHAPIRO (2008) PONTUA QUE NESSES ESPAÇOS ESCOLARES CONHECEMOS OS BULLIES OU BULLY DO INGLÊS QUE É TRADUZIDO COMO: INDIVÍDUO VALENTÃO, TIRANO, MANDÃO OU BRIGÃO, QUE SÃO OS POTENCIAIS AGRESSORES. AS VÍTIMAS SÃO PESSOAS QUE POSSUEM HABILIDADES OU INABILIDADES COGNITIVAS OU MOTORAS E OUTRAS ESPECIFICIDADES E QUE POR ISSO SE DIFERENCIAM DOS OUTROS ALUNOS, PODENDO SER UMA PESSOA QUE ESTUDA BASTANTE QUE É CONSIDERADA “NERD”, OU UMA QUE TEM DIFICULDADE DE APRENDIZADO QUE É CHAMADA DE “BURRA”, ACONTECE TAMBÉM POR QUESTÕES RACIAIS OU ETNOCÊNTRICAS, DE GÊNERO E DE ORIENTAÇÃO SEXUAL, DIFICULDADE DE INTERAÇÃO COM OS DEMAIS ALUNOS. APARÊNCIA FÍSICA COMO SER MAGRO, ALTO, BAIXO, GORDO, ORELHAS DIFERENTES E QUALQUER DIFERENÇA CORPORAL QUE FUJA DOS PADRÕES SOCIAIS É BALIZA PARA A AÇÃO DOS AGRESSORES. OS PADRÕES SOCIAIS DITADOS PELOS QUE DETÊM PODER DETERMINAM OS PRECONCEITOS E AS INTOLERÂNCIAS QUE JUSTIFICAM AS AÇÕES DOS AGRESSORES. BEAUDOIN E TAYLOR (2006) DEMONSTRAM QUE INDEPENDENTE DA INTIMIDAÇÃO SER DIRETA OU INDIRETA, O QUE DESENCADEIA O BULLYING É A INCAPACIDADE DE CONVIVER SOCIALMENTE COM OS DIFERENTES. SEGUNDO SILVA (2015), O BULLYING NÃO É APENAS A EXPOSIÇÃO DE INTOLERÂNCIA ÀS DIFERENÇAS, MAS TAMBÉM CONTRIBUI COM A DISSEMINAÇÃO DOS MAIS DIVERSOS PRECONCEITOS E COVARDIA NAS RELAÇÕES QUE SE ESTABELECESSEM DENTRO E FORA DA ESCOLA. SILVA (2015) COMPARA A ESCOLA COM A SOCIEDADE, NESSA COMPARAÇÃO PONTUA QUE NESSE AMBIENTE EXISTE UMA HIERARQUIA QUE SE PARECE COM A SOCIEDADE ESTAMENTAL. NESSE MUNDO DOS ESTUDANTES EXISTEM TRÊS TIPOS DE CLASSES: OS POPULARES, OS NEUTROS E OS EXCLUÍDOS. OS PRECONCEITOS, INTOLERÂNCIAS E VIOLÊNCIAS EXISTENTES NA SOCIEDADE REFLETEM NO AMBIENTE ESCOLAR.
OBJETIVOS
O OBJETIVO GERAL DESSE TRABALHO É ANALISAR O QUE É O BULLYING NO ENSINO MÉDIO ENQUANTO REFLEXO DA INTOLERÂNCIA DA MACRO SOCIEDADE NA TEIA DE RELAÇÕES QUE ACONTECEM NA ESCOLA. E OS OBJETIVOS ESPECÍFICOS É ENTENDER COMO O BULLYING AFETA OS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO, COMPREENDER OS TIPOS DE BULLYING, ANALISAR COM A VIOLÊNCIA DA SOCIEDADE AFETA NAS TEIAS DE RELAÇÕES QUE SURGEM NA ESCOLA E AVERIGUAR AS CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING NO ENSINO MÉDIO.
APORTE TEÓRICO-METODOLÓGICO
A METODOLOGIA UTILIZADA FOI A PESQUISA QUALITATIVA E TEÓRICA SOBRE O BULLYING NO ENSINO MÉDIO. ESSA PESQUISA PARTE DA NECESSIDADE DE TRATAR O BULLYING ENQUANTO UM PROBLEMA SOCIAL QUE AFETA INÚMEROS CÍRCULOS SOCIAIS E AS DIVERSAS FAIXAS ETÁRIAS, MAS DE FORMA MAIS VIOLENTA NO ENSINO MÉDIO, POIS O BULLYING NA ADOLESCÊNCIA PODE AFETAR E MARCAR DEFINITIVAMENTE A VIDA DOS MESMOS QUE SE ENCONTRAM EM TRANSIÇÃO ENTRE DUAS FASES DA VIDA: A INFÂNCIA E A IDADE ADULTA. DIANTE DISSO, FOI REALIZADA UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA SOBRE O BULLYING NO ENSINO MÉDIO, AMBIENTE NO QUAL OS JOVENS ESTÃO SUJEITOS A DIVERSOS TIPOS DE VIOLÊNCIA, SENDO O BULLYING UMA DAS MAIS RECORRENTES, JUSTAMENTE NA FASE QUE OCORREM TRANSFORMAÇÕES CORPORAIS E EMOCIONAIS DE FORMA MAIS INTENSA.
CONCLUSÕES/ENCAMINHAMENTOS FUTUROS
A ESCOLA PARA FANTE (2005) DEVE VALORIZAR AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS E BUSCAR REFORÇAR OS VALORES MORAIS QUE CONTRIBUAM PARA UMA BOA CONVIVÊNCIA SOCIAL E ESTABELECER UMA CULTURA DE PAZ ATRAVÉS DO COMBATE AO BULLYING NA ESCOLA. DENTRO DESSA TEIA DE RELAÇÕES QUE É A ESCOLA ACONTECE OS CONFLITOS ENTRE ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO E ESSES CONFLITOS SÃO REFLEXOS DA SOCIEDADE. ASSIM SE FAZ NECESSÁRIA UMA POSTURA DE ATENÇÃO DOS DOCENTES E GESTORES DAS ESCOLAS PARA O BULLYING, POIS É OBSERVANDO E TOMANDO UMA POSTURA DE NÃO VIOLÊNCIA QUE A EDUCAÇÃO HUMANIZA E ENSINA A CONVIVER SOCIALMENTE COM AS DIFERENÇAS. A SOCIEDADE É REPLETA DE INTOLERÂNCIAS, PRECONCEITOS E TODO TIPO DE BARBÁRIE OU VIOLÊNCIA, NA TENTATIVA DE MOSTRAR PARA O MAIS “FRACO” QUE É O MAIS “FORTE” OU SUPERIOR QUE DOMINA O HOMEM ACABA POR FERIR A SUA PRÓPRIA ESPÉCIE. NO DARWINISMO SOCIAL CITADO POR BAUMAN ELE DEIXA CLARO QUE “ESTAMOS DE VOLTA À TRISTE VERDADE DO MUNDO DARWINIANO: É O MAIS APTO QUE INVARIAVELMENTE SOBREVIVE. OU MELHOR, A SOBREVIVÊNCIA É A DERRADEIRA PROVA DE APTIDÃO.” (BAUMAN, 2004, P. 51). AQUELE QUE MELHOR SE ADEQUAR AO AMBIENTE É O QUE SOBREVIVE. CABE A SOCIEDADE, AOS PROFESSORES, OS GESTORES OBSERVAR E IDENTIFICAR ESSE TIPO DE VIOLÊNCIA QUE É GRAVE E NÃO DEVE SER TOLERADA, POR ISSO É IMPORTANTE QUE ESSA VIOLÊNCIA SEJA IDENTIFICADA, COMBATIDA E REGIMENTADA NOS PPP (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO) DAS ESCOLAS FORMAS DE COMBATER DE FORMA EFETIVA ESSA VIOLÊNCIA DENOMINADA BULLYING. O TRABALHO É DIVIDIDO EM QUATRO PARTES: O BULLYING NO ENSINO MÉDIO, OS TIPOS DE BULLYING, E SEGUIREMOS FALANDO DA ESCOLA COMO UMA TEIA DE RELAÇÕES QUE É APENAS REFLEXO DA SOCIEDADE INTOLERANTE E PRECONCEITUOSA, AS CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING NA VIDA DO JOVEM E POR FIM AS CONSIDERAÇÕES FINAIS. AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO E A SOCIEDADE DEVEM SE COMPROMETER COM A IDENTIFICAÇÃO E O COMBATE AO BULLYING, ISSO É DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA O TRANSFERIR VALORES COMO RESPEITO, TOLERÂNCIA E CONVIVÊNCIA COM O DIFERENTE.
REFERÊNCIAS
ADORNO, THEODOR W. EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO. TRADUÇÃO WOLFGANG LEO MAAR. EDITORA PAZ E TERRA, 1947.
BAUMAN, ZYGMUNT. TEMPOS LÍQUIDOS. TRADUÇÃO CARLOS ALBERTO MEDEIROS. RIO DE JANEIRO: JORGE ZAHAR, 2007.
BEAUDOIN M-N. TAYLOR, M. BULLYING E DESRESPEITO: COMO ACABAR COM ESSA CULTURA NA ESCOLA. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2006.
DAYRELL, JUAREZ. FAMÍLIA, ESCOLA E JUVENTUDE: OLHARES CRUZADOS BRASIL-PORTUGAL. BELO HORIZONTE: EDITORA UFMG. 2012.
EIZIRIK, M. F. 2010, COMERLATO, D. A ESCOLA INVISÍVEL: JOGOS DE PODER, SABER E VERDADE. PORTO ALEGRE: EDITORA DA UFRGS, 2006.
FANTE, CLÉO. FENÔMENO BULLYING: COMO PREVENIR A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS E EDUCAR PARA A PAZ. SÃO PAULO: VERUS, 2005.
FREIRE, PAULO. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA. 30ª EDIÇÃO, SÃO PAULO: PAZ E TERRA, 1996.
PAVIANI, JAYNE. CONCEITOS E FORMAS DE VIOLÊNCIA [RECURSO ELETRÔNICO]: / ORG. MAURA REGINA MODENA. – CAXIAS DO SUL, RS: EDUCS, 2016.
SHAPIRO. RONALD. M. BULLIES: TIRANOS VALENTÕES E PESSOAS DIFÍCEIS: COMO CONVIVER COM ELES. SÃO PAULO: BUTTERFLY EDITORA, 2008.
SILVA, ANA BEATRIZ B. BULLYING: MENTES PERIGOSAS NAS ESCOLAS. 2º ED. SÃO PAULO: GLOBO, 2015.