Este artigo tem como objetivo favorecer uma discussão sobre os desafios que envolvem o ensino e a aprendizagem do campo multiplicativo nos anos iniciais. Embora as operações aritméticas sejam bastante enfatizadas pela escola básica, vemos que ainda há muitas lacunas para a sua aprendizagem. A ideia de ensinarmos as operações a partir de um campo conceitual foi popularizada no país a partir da publicação dos PCN – Matemática (BRASIL, 1997). O campo conceitual citado envolve as operações de multiplicação e divisão, indicando que o ensino dessas operações precisa considerar o fato de serem operações inversas e que, portanto, partilham de mesmos significados. Tomamos como referencial teórico Nunes et al (2005), Chamorro (2011), Van de Walle (2009), dentre outros. A metodologia de pesquisa evidencia aspectos quantitativos e qualitativos que se complementam para a discussão dos dados coletados a partir de um diagnóstico realizado com estudantes de 3º ao 5º ano de uma escola municipal de João Pessoa. Os resultados evidenciam as dificuldades dos alunos em relação à resolução de problemas com o campo multiplicativo, embora os significados sejam usuais e os números envolvidos sejam pequenos; indicam a não gradação no desenvolvimento dos alunos, visto que turmas mais adiantadas não garantem resultados melhores. Apontamos como possibilidades o próprio trabalho com a resolução de problemas, envolvendo diferentes significados, que precisa informar aos professores sobre os saberes dos alunos. Para tanto, é importante a valorização de estratégias pessoais de cálculo, sua discussão no coletivo da sala e a utilização de tabelas enquanto representação semiótica para o trabalho com multiplicação e divisão.