Investigou-se, no Caderno de Formação nº 15 do MST: a mulher nas diferentes sociedades, como a mulher se tornou sujeito preferencial da produção escrita do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Escolheu-se esse Caderno por considerá-lo significativo, já que é também a partir dele e de suas ações que o MST cria uma identidade e uma história “sobre” e “para” si. Adotou-se uma abordagem socio-histórica das fontes, destacando os elementos educativos que contribuíram para elucidar os avanços e limites contidos na produção escrita do MST. Nesse caderno, há evidências de como o MST incorporou um segmento imprescindível à construção de seu projeto político-pedagógico – a mulher trabalhadora rural; categoria numericamente expressiva e sujeito preferencial de sua produção escrita, já que ela possui papel de arbitragem no interior da família, bem como representatividade eleitoral e política nos processos de transformação social. A perspectiva teórica que fundamenta este artigo está ancorada no campo de estudos da História das Mulheres e das Relações de Gênero.