LIMA, Antônio José Tavares. Mediação de conflitos na escola. Anais I CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/7484>. Acesso em: 23/11/2024 21:19
O presente trabalho constitui o relato da experiência de implantação de um programa de mediação de conflitos em uma escola da rede pública da cidade de Feira de Santana, localizada no interior da Bahia. A implantação deste programa aconteceu no ano letivo de 2013 e fez parte do estágio em Psicologia Escolar do curso de Psicologia da Faculdade Anísio Teixeira. O objetivo central do projeto foi diminuir as estatísticas de conflitos no interior da escola. A escola que participou desta intervenção engloba o ensino fundamental e o médio. Localiza-se em um bairro pobre de Feira de Santana, considerado área de risco. A equipe de mediadores era composta pelo professor e estudantes do estágio em Psicologia Escolar. Os casos de conflitos mediados resultavam de desentendimentos banais, envolvendo mal entendidos na interpretação de alguma palavra ou atitude. No total a equipe mediou sessenta e dois casos, sendo restabelecido o diálogo em todos e possibilitado uma conciliação em cinquenta e nove. As estatísticas de violência que no início do programa eram de três episódios diários, nos últimos três meses do ano letivo de 2013, foram zeradas. Concluímos que, apesar dos limites deste estudo, existem três pontos a serem destacados. Primeiro, a lógica punitiva, tudo indica, possuía um papel decisivo no agravamento dos conflitos existentes no interior da escola e na proliferação de violências. Segundo, a mediação escolar oferece grande potencial para pacificar as relações e diminuir a incidência de conflitos. Por fim, entende-se que a mediação não deva ser um projeto isolado. Precisa ter uma dimensão institucional e se fundamentar em um pacto. Os princípios comuns na maneira de compreender os conflitos e como administrá-los precisam ser compartilhados pela comunidade acadêmica.