Eva Duarte Perón, promoveu mudanças significativas na realidade de trabalhadores, mulheres e pobres, na Argentina. Como primeira-dama, uniu-se às classes populares atingindo notoriedade e magnitude no imaginário popular. O objetivo desta apresentação consiste em suscitar reflexões acerca da construção da memória popular de Eva Perón, cuja imagem segue sendo reivindicada positivamente por grupos sociais e políticos. Evita, como era e é reconhecida popularmente, tem sido relida e inserida em debates narrativos e culturais desde sua morte em 1952. A memória popular de Evita constituiu-se como um permanente emblema de lutas por reconhecimento de classe, gênero, direitos laborais e amparo social. Seu corpo se converteu em símbolo de reinvindicação de igualdade de direitos para as classes populares, mulheres e postergados sociais. Segundo Maurice Halbwachs, a lembrança é produto de um processo coletivo inserido num contexto social determinado. Por meio do reconhecimento e da reconstrução, as lembranças retomam, não só, relações sociais, mas também ideias e sentimentos compartilhados. Para Halbwachs a função primordial da memória enquanto imagem partilhada do passado é a de promover um laço de filiação entre os membros de um grupo com base no seu passado coletivo.