O artigo a seguir busca, através do conceito de gênero pós-estruturalista, uma analise do eixo norteador Relações de Gênero, que se encontra entre os temas transversais do Parâmetro Curricular Nacional Orientação Sexual e sua relação com as práticas do ensino de história. O PCN não é um documento de uso obrigatório nas escolas brasileiras. Porém, a proposta do trabalho com temas que envolvem o social, dentre eles a sexualidade é bastante relevante para as discussões atuais. As possibilidades de “oxigenação” trazidas pela apropriação pós-estrutural dos/as teóricos/as feministas sobre o conceito de gênero, são consideráveis para nossa abordagem, pois, dentre outros aspectos nos apresenta a alternativa de desconstrução das identidades sexuais e de gênero construídas e preestabelecidas pelos meios sociais e culturais. Percebe-se que tais identidades são gestadas a partir de discursos produzidos intencionalmente, discursos estes que regulam a sexualidade e as relações de gênero, produzindo as verdades (in) contestáveis sobre os padrões historicamente aceitáveis. Além também, da desconstrução da chamada oposição binária, ou polarização dos gêneros, que em grande medida acentua ainda mais as visíveis desigualdades entre mulheres e homens, onde estas são de forma exagerada vistas apenas como vitimas e os homens como unicamente culpados. Sabemos que os indivíduos constroem entre si relações de poder e que todos/as são sujeitos participantes da história. Sob esta proposta teórica e metodológica questionaremos o eixo norteador Relações de Gênero contido no PCN, pois acreditamos que tais desconstruções podem ser elaboradas a partir do ensino história, visando que este consiga ir além de sua utilidade didática, produzindo saberes para a vida.