O processo de pertença étnico-racial necessita ser trabalhado ao longo da jornada escolar e extraescolar do indivíduo. Neste sentido, o projeto tem por objetivo promover a identidade, autonomia e o resgate da origem africana, nos educandos, desde a educação infantil; buscando alcançar essas dimensões os autores trabalharam a dança criativa como linguagem. Este trabalho tem como campo investigativo uma creche da rede municipal de Itapissuma – PE. Para obtenção dos resultados esperados foi utilizado como recurso pedagógico a aplicação de uma oficina temática programada em cinco encontros que ressaltarão atividades que corroboram com a construção da identidade étnico-racial e no resgate da história e cultura afro-brasileira, nas crianças inseridas na pré-escola, de 4 e 5 anos de idade, através da dança criativa e as influências das manifestações artísticas e ritos de origem africana. Através de análises qualitativas, a referida pesquisa aborda a temática aqui exposta através do diálogo com autores como LABAN (1990), SILVA (2014), BRASIL (2004), dentre outros. Como procedimentos metodológicos foram trabalhados exibições de vídeo, leituras de imagem, contação de histórias, rodas de conversa, representação pictórica, conscientização corporal, técnicas de relaxamento, cantos e danças de matrizes africanas, como: coco-de-roda, maracatu, capoeira e ciranda. A linguagem da dança permeou todas as atividades, no sentido de promoção da autonomia e autorreconhecimento das crianças. Os resultados obtidos, parcialmente, pois ainda faltam dois encontros, revelaram a consciência dos educandos através das rodas de conversa enquanto pertença da cultura afro-brasileira. Constatamos a urgência de um olhar mais aprofundado para a problemática e a necessidade de um reconhecimento e valorização da criança negra em sala de aula, assim estas crianças estarão mais seguras e terão mais autonomia para romper com a discriminação e o preconceito, tornando-se assim, conhecedoras de seus direitos enquanto cidadãs.