Introdução:O Colégio Estadual Comendador Valentim dos Santos Diniz (NATA), situado no município de São Gonçalo (RJ) abriga o Núcleo Avançado de Educação em Tecnologia de Alimentos e Gestão de Cooperativismo (NATA). Trata-se da primeira escola de tecnologia de alimentos do Estado do Rio, uma parceria entre as Secretarias de Educação e de Agricultura (SEEDUC e SEAPPA), com o Grupo Pão de Açúcar e a Cooperativa Central dos Produtores de Leite (CCPL). Foi observando casos recorrentes de alunos detentores de traços de distinção cultural bastante evidenciados nesta unidade escolar que tomou forma a questão central deste projetoObjetivos:Pretendemos promover com este projeto um estudo que deverá concentrar-se sobre as trajetórias individuais dos alunos do com o objetivo de identificar e analisar as linhas de força que atuam como fatores de influência sem sua formação pessoal e profissional. Para tanto, pretendemos testar testar a hipótese de que se o capital tecnológico enseja acumulo de capital cultural, então a inclusão digital seria fator importante para a facilitação deste processo.Metodologia:A metodologia de relatos de vida deverá ser apropriada nessa pesquisa pretendendo partir da compreensão dos processos de socialização e autoanálise individual estabelecer considerações acerca do funcionamento das estruturas e instituições sociais compreendidas pela pesquisa que empreendemos. Tomaremos por início os dados quantitativos coletados em um questionário exploratório onde iremos a partir de seu resultado selecionar os atores por amostragem e relevância que poderão ter importância estratégica na fase qualtitativa do trabalho, que irá envolver a realização das entrevistas e a posterior análise. Resultados:Dado o caráter recente desta pesquisa, iniciada em Setembro de 2013, nos encontramos um estágio de apropriação de aportes metodológicos e definição de abordagens empíricas. As instalações amplas, as oportunidades de estágio, de participação em eventos, a realização contínua de trabalhos integrados permite a estes alunos uma imersão interessante em processos de autodescoberta que já são naturais à idade, mas que ganham força em escolas como as contempladas neste modelo, que em nosso ver, tem seu ponto alto na criação de múltiplos espaços de encontro. São escolas da diversidade por excelência, consequência de dois processos: o processo seletivo de alunos que arregimenta moças e rapazes de múltiplas origens e a interface externa com profissionais experientes em diversas áreas, tanto técnica quanto docente. Conclusões:Por ora, nos é possível aduzir que ao oferecer benefícios em forma de gratificações para os professores destas unidades o modelo consegue recrutar profissionais mais bem qualificados dentro da rede em processos internos de seleção. Além disso, o ingress dos alunos também se dá mediante exame de seleção. Este modelo de escola só é possível porque mimetiza a lógica liberal: o "mérito" separa o 'mais aptos' dos 'menos aptos'. Sendo assim, dentro da SEEDUC-RJ persistirão os docentes desmotivados, as escolas sucateadas, as direções com práticas administrativas conservadoras, todos a perdurar como adorno da decadência para fazer luzir com mais brilho as pequenas joias da coroa adornadas com seus enfeites de “eficiência”, “inovação” e “competitividade” nos marcos da nova linguagem da meritocracia liberal.