Diante da necessidade das particularidades do público da educação de jovens e adultos (EJA), acredita-se ser importante retomar que a quase totalidade desses indivíduos habita a esfera socioeconômica da exclusão, carregam o patrimônio histórico de suas experiências de vida e retornam à escola na busca do sonho de uma vida melhor, no desejo de um trabalho de remuneração mais digna, pela autonomia da vida diária. Em consonância com a noção de cooperativismo e economia popular, a economia solidária surge como um projeto político alternativo que liga o trabalho com o desenvolvimento intelectual e que possibilita uma interrelação entre uma educação libertadora e um sistema de produção alternativo ao sistema mercantilista. Nessa perspectiva, este estudo objetivou analisar a proposta de uma educação aliada à economia solidária, como uma possível alternativa para superar as limitações presentes e possibilitar a constituição de um novo paradigma social, a partir do desenvolvimento do projeto COOPERJOVEM em turmas da EJA da Escola Municipal Maria Minervina de Figueiredo na cidade de Campina Grande/PB. O objetivo do Cooperjovem se torna realidade a partir da inserção de uma proposta educacional, baseada na relação ensino-aprendizagem, construída a partir dos princípios, valores e da prática da cooperação que embasam a doutrina do cooperativismo. As mudanças percebidas em sala de aula foram notórias, os alunos se apresentam mais calmos, tranquilos, principalmente no turno diurno, onde a faixa etária indica o nível de agitação das crianças, mas a noite essa mudança também foi perceptível. Além disso, os alunos da EJA mostraram-se mais interessados em ir à aula, com mais entusiasmo por saberem que pode haver algo diferente a ser trabalhado e executado dentro do projeto COOPERJOVEM, estão mais disponíveis a realizar as atividades de sala de aula, mais unidos e compreensíveis com os demais colegas. A importância da realização do projeto revelou-se ainda na decisão dos educadores e do corpo pedagógico da escola, que resolveram, a partir do ano de 2014, implantar o cooperativismo e a economia solidária como uma disciplina fixa no currículo da educação regular e da EJA.