Os folhetos de cordel nos representa uma ferramenta didático/pedagógica que pode ser elementar no contexto da sala de aula. Neste caso, nosso objetivo é verificar que concepções os alunos têm em relação ao discurso apresentado pelos cordéis, a partir da análise da figura do homem nordestino nos folhetos de cordel. Assim, nos respaldamos no âmbito da pragmática, com as contribuições de Armengaud (2006) e Levinson (2007), que a conceituam como um campo que se interessa pelos significados linguísticos, dedutíveis de condições dependentes do contexto. Para as concepções de cordel, temos Silva (2010), Beltrão (2001) e Luyten (1992). E sobre o ensino mediado pelo cordel temos as contribuições de Marinho & Pinheiro (2012) e Evaristo (2001). Para desenvolver a pesquisa, trabalhamos com a análise representativa do homem nordestino a partir de dois cordéis: “O Jeca tatu de Monteiro Lobato”, Monteiro (2011), e “O massacre do sítio caldeirão”, de Braga (2010). Nosso instrumento de coleta de dados foi o questionário aberto, distribuído individualmente para 20 alunos do Ensino Médio de uma escola da Rede Pública de Ensino da Paraíba. O processo de análise e interpretação dos dados coletados desta pesquisa se vincula a procedimentos característicos da técnica de análise de conteúdo que, segundo Moraes (1999), constitui uma metodologia de pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos. A partir da amostra das falas extraídas, percebemos que os alunos se sentem distanciados da imagem do nordestino contida no cordel, pois entenderem como uma imagem estereotipada do homem do campo, de pouca informação, diferente da imagem do sujeito no contexto da contemporaneidade.