Nas últimas décadas tanto a comunidade científica da Educação Física como os profissionais que atuam âmbito escolar tem se esmerado em aprofundar o debate relativo às questões que permeiam a Educação Física enquanto componente curricular, no decorrer desse período esses agentes sociais tem transitado por várias vertentes e abordagens pedagógicas na tentativa de problematizar e contextualizar a Educação Física no solo da escola, o que tem os feito perceber que a educação é um território de lutas e conflitos que põe em jogo visões de homem e sociedade, e tem trazido a limpidez que tratar de educação é lutar por convicções e desejos, e quem educa, sempre o faz influenciado por um ideal de cidadão que pretende formar. Portanto, é vocação desse estudo, apresentar uma experiência educativa vivenciada por um grupo de professores de Educação Física do Estado do Amapá que desenvolvem suas ações educativas no contexto da Educação de Jovens e Adultos – EJA, e que mediante a imperfeição do fazer diário objetivam tornar sua práxis educativa em uma via de conscientização dos alunos por meio dos conteúdos inerentes a Cultura Corporal. Assim sendo, para estruturação do referido trabalho foi utilizado os pressupostos teóricos e metodológicos da pesquisa-ação como estratégia de pesquisa, e para problematização das ocorrências do campo nos apropriamos da dinâmica do Círculo de Cultura proposta por Paulo Freire. Como base nas experiências vividas, pode-se inferir que no momento em que o professor de Educação Física tem o empoderamento da prática e do discurso suas ações educativas contribuem para a formação crítica do aluno, e o capacita para exercer sua cidadania plena na vida em sociedade, e, especialmente, no que concerne ao acesso, ao consumo e à participação na Cultura Corporal. Intervalamos esse estudo com a certeza de que é chegada a hora dos profissionais de Educação Física avançarem na descoberta de caminhos democráticos e participativos para o desenvolvimento de projetos educativos verdadeiramente comprometidos com a emancipação social. Projetos estes que pela dinâmica da vida escolar, apresentam-se como ações concretas e inacabadas, portanto, imperfeitas e parciais, mas que por meio delas, a Educação Física nas dependências da escola, poderá sair do status de obrigatoriedade para o de legitimidade.