Resumo O presente artigo traz reflexões iniciais dos bolsistas sobre a entrada no Programa Institucional de Iniciação à Docência-PIDIB, através do contato direto com a prática docente de professores de Biologia, servindo como fonte de experiência, ensino e aprendizagem. No primeiro momento, essa investigação junto aos professores da escola parceira, se justificou pelo entendimento do conceito práxis pedagógica, no momento em que os bolsistas puderam refletir sobre a ação desenvolvida em sala de aula permitindo uma ressignificação do que é ser professor(a), ensino, aprendizagem, currículo, aluno(a) e aula. Nesse sentido, nosso objetivo foi perceber como os professores de Biologia estão desenvolvendo sua práxis pedagógica de modo que entendêssemos mais o fenômeno da profissionalização docente. A docência pressupõe uma profissão - a de professor - e torna necessária a profissionalidade, que é definida como sendo um conjunto de requisitos profissionais que tornam alguém um professor. Atrelada à questão da profissionalidade, encontram-se as concepções de profissionalização e profissionalismo. A primeira se refere ao processo onde se insere a profissionalidade, o processo onde se adquirem as capacidades necessárias para o exercício profissional. Já o profissionalismo, refere-se ao desempenho competente e compromissado dos deveres e responsabilidades, que constituem a especificidade de ser professor, além do comportamento ético e político (FERREIRA, 2014). A práxis docente está presente na vida dos professores que se propõe a assumir uma postura crítico-reflexivo a respeito de suas próprias experiências, e nesse sentido essa investigação permitiu por meio de um trabalho de reflexividade crítica sobre a prática pedagógica e de reconstrução permanente, o entendimento de sua identidade profissional. Como aporte teórico, utilizamos os conceitos desenvolvidos por Pimenta e Franco (2008), Zabala(1998) e Novoa(1992). Gatti (1996) declara que a identidade traduz o modo do indivíduo estar no mundo, afetando suas perspectivas quanto à sua formação e de atuação profissional. Junto à identidade, estão as motivações, os interesses, as expectativas, as atitudes que definem o modo de ser do mesmo. Por esse motivo, a identidade deve então ser levada em conta para se entender os processos de formação e de profissionalização do docente. Dessa forma, por estar o discente bolsista em contato direto com os professores e a escola básica, num processo contínuo, acaba construindo a sua própria identidade, sendo que esse processo tem início no decorrer de sua formação (FURLANETTO e ARRUDA, 2012). O percurso metodológico iniciou com a realização na primeira etapa de um levantamento bibliográfico, seguido pela aplicação de um roteiro observacional da prática de quatro docentes de uma das escolas parceiras. Nesse momento, é abordada a imersão no campo de pesquisa, a aproximação dos bolsistas com a campo de atuação e aos dispositivos para coleta de dados e avaliação dos dados. O roteiro abordava questões como planejamento, relações interpessoais, ensino-aprendizagem, recursos, avaliação, atividades em sala, leitura, projetos, ludicidade, entre outros aspectos. Depois das observações, os bolsistas fizeram uma análise dos três meses de imersão no campo e as expectativas para o desenvolvimento do projeto. Os dados foram analisados utilizando elementos da análise de conteúdo (BARDIN, 2016). As reflexões iniciais apontam que investir na formação e no desenvolvimento profissional do professor, pode ocorrer também um fortalecimento do ponto de vista identitário e que a formação está indissociavelmente relacionada à produção de sentidos sobre as vivências e sobre as experiências de vida. A entrada no campo de atuação através do Programa Institucional de Iniciação à Docência-PIBID aumenta a possibilidade de novos caminhos possíveis na prática do futuro professor e professora, e acima de tudo, a certeza de que é possível avançar, e que as possibilidades de transformações envolvem os próprios professores, suas experiências, suas reflexões, aliadas às novas perspectivas. Afinal, a transformação identitária ocorre de forma constante, na medida em que procura refletir sua prática no contexto da realidade social. Palavras-chave: reflexões iniciais, práxis pedagógica, ciências biológicas, formação docente Referências BARDIN. L. Análise de Conteúdo. São Paulo:edições 70, 2016. FERREIRA, L.C. Formação e identidade docente: práticas e políticas. In: FERREIRA, L.G.; FERRAZ, R. de C.S.N. (orgs.). Formação Docente: Identidade, Diversidade, Saberes. 1.ed. Curitiba: CRV, 2014. FURLANETTO, D.; ARRUDA, M.P. de. Uma Questão Profissional: a identidade do Professor Enfermeiro. In: IX Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul. Santa Catarina: 2012 GATTI, B.A. Os professores e suas identidades: o desvelamento da heterogeneidade. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n.98, p.85-90, agosto, 1996. Disponível em: < http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/ep/arquivo/249.pdf>. Acesso em: 01 set. 2018. NÓVOA, A. ( Org.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1992. PIMENTA, S. G.; FRANCO, M.A.S. Pesquisa em educação: possibilidades investigativas/formativas da pesquisa ação. São Paulo: Loyola, 2008. ZABALA, A. A prática educativa: como pesquisar. Porto Alegre: Artmed, 1998.