ELABORAÇÃO DE UM DIAGRAMA DE LINUS PAULING TRIDIMENSIONAL COM VISTAS À INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL Geovana Costa Aguiar/geovana.aguiar@aluno.uece.br/ Universidade Estadual do Ceará Fádia Vidal de Souza/ Universidade Estadual do Ceará Camile Rabelo de Medeiros / Universidade Estadual do Ceará Roberta Ingrid de Oliveira Damasceno/ Universidade Estadual do Ceará Lidivânia Silva Freitas/ Secretaria de Educação do Estado do Ceará Cristiane Maria Sampaio Forte/Universidade Estadual do Ceará Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Agência Financiadora: CAPES. Resumo Atualmente, a Educação Especial e Inclusiva é pauta importante em um número relevante de escolas da rede regular de ensino (BRASIL, 1996; BRASIL, 2006; UNESCO, 1994). Muitas já possuem serviço de apoio especializado para atender as peculiaridades dos educandos com deficiência, bem como atuam em parceria com instituições que oferecem Atendimento Educacional Especializado (AEE). A educação inclusiva é capaz de gerar possibilidades de convivência dos estudantes com necessidades educacionais especiais com a sociedade, pois nesta modalidade de ensino todos os alunos com deficiência (física, intelectual, visual, auditiva e múltipla), com transtorno global do desenvolvimento e com altas habilidades têm o direito à escolarização o mais próximo possível do normal, ou seja, uma modalidade de ensino para todos. Entretanto, ainda é evidente a falta de capacitação dos professores para receber em "suas" salas de aula alunos com necessidades educacionais especiais (CARVALHO, 2012; CRIADO, 2009). Na formação acadêmica básica de professores, pouca importância é dada à educação inclusiva de alunos com deficiência visual, em particular. Há necessidade de formação continuada para esses profissionais a fim de que haja qualidade no processo. Lecionar em uma sala de aula inclusiva é um desafio que exige dos profissionais não apenas compreender a diversidade discente, no que tange aos diferentes ritmos de aprendizagem, como também quebrar o paradigma que o aluno com necessidades especiais não consegue aprender, pois ele representa o novo, o desconhecido que, inesperadamente invade a sala de aula alterando os processos de ensino e aprendizagem (MANTOAN, 2003). A postura assumida pelo professor é fundamental para que haja uma renovação na prática pedagógica e uma inclusão efetiva de todos os alunos. É importante, portanto, que o aluno de cursos de Licenciatura vivencie esse processo na sua totalidade para compreender os desafios que surgirão, durante sua vida profissional, bem como para buscar meios de superá-los. Dessa forma o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBID), que é um projeto que visa proporcionar aos discentes na primeira metade do curso de licenciatura uma aproximação prática com o cotidiano das escolas públicas de educação básica e com o contexto em que elas estão inseridas, é uma ação que pode promover esse primeiro contato do estudante com a inclusão. A Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerraa possui no ano letivo corrente, 2018, 23 alunos com necessidades educacionais especiais matriculados, dentre os quais alunos com deficiências física, intelectual, visual, auditiva e múltipla, bem como com transtorno global do desenvolvimento. Diante da realidade da inclusão social, os alunos do PIBID de Química da UECE resolveram investir em métodos que promovam a total participação dos alunos cegos e com baixa visão durante as aulas de química, por representarem 56 % do grupo. Sendo assim, têm como objetivo elaborar novas metodologias e materiais tridimensionais para facilitar a compreensão dos conteúdos de química para alunos cegos ou com baixa visão da Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra. O primeiro material confeccionado foi um Diagrama de Energia de Linus Pauling tridimensional, para sua construção foram utilizados materiais de baixo custo como EVA, fios de cobre encapados, papel e plástico adesivo. Como o mesmo material é utilizado por alunos cegos e com baixa visão, as informações sobre cada subnível de energia que compõe o diagrama foi ampliada e impressa em papel ocupando uma forma de 5 cm de largura por 4 cm de altura, e posteriormente coberta com plástico adesivo. Em seguida, com auxílio de uma reglete positiva e punção, as mesmas informações foram escritas em braille. Além de ser um importante objeto de aprendizado para os alunos com deficiência visual, é uma forma dinâmica para os demais alunos, pois se trata de uma nova abordagem do conteúdo. O primeiro contato dos alunos cegos com o diagrama foi em um teste tátil , fora da sala de aula tradicional, para reconhecimento das informações dispostas no material. Dois alunos cegos, de um total de 3, já testaram o diagrama, o primeiro aluno que testou o material, Renato, teve facilidade para ler todas as informações, entretanto o segundo, José, não conseguiu identificar alguns dados. Todo o processo foi monitorado e o diagrama está sendo adaptado de acordo com as necessidades e dificuldades que surgiram. Os alunos sugeriram mudança no material para que o braile ficasse mais compreensível. Considerando que a composição cognitiva baseia-se na relação com o outro, espera-se que as atividades e materiais produzidos ao longo do projeto conduzam os alunos com e sem deficiência a aprendizagem da temática de química de maneira inclusiva, equitativa e participativa. Com o andamento do projeto, espera-se também que seja promovida uma verdadeira inclusão dos alunos com deficiência visual, de modo que seja intensificada a troca de experiências positivas destes alunos com os demais. Palavras-chave: Braille, Diagrama de Linus Pauling, Educação inclusiva, Ensino de química. Referências BRASIL. Lei nº 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Brasil, 20 dez 1996. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Grafia Braille para a Língua Portuguesa/ elaboração: Cerqueira, Jonir Bechara... [et al.]. Secretaria de Educação Especial. Brasília: SEESP, 2006. 106p. CARVALHO,L.F. A inclusão de deficientes visuais nas aulas de educação física. 2012. 51 f. Monografia (Graduação em educação física) - Curso de Licenciatura em Educação Física do Programa Pró-Licenciatura, Universidade de Brasília, 2012. CRIADO, K. R. M. Convenção Internacional sobre os direitos das pessoas com deficiências: destaques para o debate sobre educação. Revista Educação Especial, v. 22, p. 329-38, 2009.