Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

PRODUÇÃO TEXTUAL COMO MÉTODO AVALIATIVO: CONSTRUINDO ALTERNATIVAS

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Em contrapartida a esse cenário, na perspectiva da pedagogia construtivista, no qual o professor é um mediador do conhecimento, atuando na promoção de situações que facilitem o aprendizado, desmistificando a ideia do aluno como mero reprodutor de conteúdo (MELO; BASTOS, 2012), as avaliações são realizadas de forma dinâmica, incentivando a criticidade e a autonomia na construção do conhecimento (CAPISTRANO, 2016). Nesse contexto, o uso de produção textual apresenta-se como uma alternativa avaliativa para o ensino de ciências, para Gottardo et al. (2016) a escrita contribui significativamente na aprendizagem, estimulando a criticidade, proporcionando aulas mais dialogadas e interativas. Assim, o presente trabalho teve como objetivo empregar a produção textual do gênero fábula, como estratégia de avaliação da aprendizagem com discentes do 6° ano do ensino fundamental II que participaram de uma atividade extracurricular realizada no contexto do Grupo de Estudos Novos Talentos. O presente trabalho apresenta caráter descritivo, onde elegeu-se uma abordagem qualitativa. O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto Novos Talentos, que tem como objetivo a formação de aluno e professores da Educação Básica com ações educativas interdisciplinares e contextualizadas com o semiárido. Assim, foi realizada uma atividade extracurricular com 16 alunos da Escola de Cidadania Professora Carlota Colares da Penha Oliveira, localizada no município de Crateús-CE. A ação abordou o tema solo do semiárido e, para isso, os estudantes foram convidados a participar de atividades extracurriculares no contraturno de aula. O primeiro encontro consistiu no levantamento de conhecimentos prévios dos alunos sobre os solos através de desenhos; no segundo os educandos foram vendados e depois convidados a identificarem as amostras de solo colocadas em recipientes de plásticos; já no terceiro encontro foi realizada a montagem das maquetes didáticas para evidenciar os horizontes do solo. No quarto encontro, a produção textual foi utilizada como estratégia de avaliação da aprendizagem. Para isso, foi entregue para cada aluno uma folha de redação, com as instruções para produção de um texto do gênero fábula, que abordasse os assuntos discutidos durante a ação. Para a leitura dos textos os nomes dos alunos foram ocultados, e as fábulas enumeradas A1, A2, A3..., A16. Por fim, foi realizada a culminância do projeto na escola para socialização dos materiais produzidos: textos, desenhos, maquetes. A produção textual configurou-se como um método alternativo de avaliação de aprendizagem, nela todos os alunos construíram seus textos mencionando os assuntos discutidos nos encontros. Foi ainda possível evidenciar que cada estudante abordou em seu texto os conteúdos que mais o impactaram e sobre os quais ele mais se interessou e compreendeu. Buscamos com essa avaliação, abrir um espaço de reflexão (MELO, BASTOS, 2012) sobre os assuntos ensinados nas atividades, onde os alunos atribuíram significado e sentido ao conteúdo, escolhendo os temas e contextualizando-os na criação de suas fábulas. Assim, foi possível estimulá-los no desenvolvimento de suas competências, escrita e leitura, não direcionando a avaliação como subsídio para classificar os que sabem e os que não sabem. A escrita de textos usados nas aulas de ciências configura-se como uma estratégia para a consolidação do ensino, já que estimula a organização e estruturação assunto, possibilitando sua melhor compreensão. Percebemos com esse trabalho que métodos e estratégias que ressignificam o conhecimento e que estimulem a reflexão, criatividade e criticidade são importantes para a efetivação do conhecimento bem como para a formação cidadão discente. Diante do exposto, notou-se que a produção textual se apresenta como uma abordagem que permite os alunos organizarem as ideias referentes aos conteúdos de ciência, colocando-os como escritores que pensam e refletem a respeito dos assuntos abordados. Além disso, foi possível levar a contextualização e interdisciplinaridade para o ensino de ciências, estimulando a produção escrita e o desenvolvimento de habilidades. Portanto, o uso da produção textual configura-se como estratégia de avaliação de aprendizagem com vistas à pedagogia construtivista que favorece a emancipação do aluno, não a classificação."
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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

A implementação de estratégias eficientes de avaliação da aprendizagem configura-se como um grande desafio para professores e gestores educacionais (CAMARGO, 2010), isto porquê muitas vezes a avaliação é usada como método classificatório dos alunos, tendo como foco a reprovação ou aprovação, sem preocupação com a tomada de decisão para superar as dificuldades na aprendizagem (LUCKESI, 2008). Este fato está relacionado ao que se observa em grande parte dos centros educacionais, nos quais a concepção pedagógica tradicional, marcada pela transmissão e memorização de conteúdo, sem estímulo a criticidade do aluno, tem influenciado nos modelos avaliativos, nos quais os alunos passam a estudar para tirar notas boas nas provas, deixando o interesse pelo aprendizado em segundo plano (MELO; BASTOS, 2012), o que resulta na prevalência de instrumentos avaliativos como testes e provas com a finalidade de classificar os educandos (CAPISTRANO, 2016). Em contrapartida a esse cenário, na perspectiva da pedagogia construtivista, no qual o professor é um mediador do conhecimento, atuando na promoção de situações que facilitem o aprendizado, desmistificando a ideia do aluno como mero reprodutor de conteúdo (MELO; BASTOS, 2012), as avaliações são realizadas de forma dinâmica, incentivando a criticidade e a autonomia na construção do conhecimento (CAPISTRANO, 2016). Nesse contexto, o uso de produção textual apresenta-se como uma alternativa avaliativa para o ensino de ciências, para Gottardo et al. (2016) a escrita contribui significativamente na aprendizagem, estimulando a criticidade, proporcionando aulas mais dialogadas e interativas. Assim, o presente trabalho teve como objetivo empregar a produção textual do gênero fábula, como estratégia de avaliação da aprendizagem com discentes do 6° ano do ensino fundamental II que participaram de uma atividade extracurricular realizada no contexto do Grupo de Estudos Novos Talentos. O presente trabalho apresenta caráter descritivo, onde elegeu-se uma abordagem qualitativa. O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto Novos Talentos, que tem como objetivo a formação de aluno e professores da Educação Básica com ações educativas interdisciplinares e contextualizadas com o semiárido. Assim, foi realizada uma atividade extracurricular com 16 alunos da Escola de Cidadania Professora Carlota Colares da Penha Oliveira, localizada no município de Crateús-CE. A ação abordou o tema solo do semiárido e, para isso, os estudantes foram convidados a participar de atividades extracurriculares no contraturno de aula. O primeiro encontro consistiu no levantamento de conhecimentos prévios dos alunos sobre os solos através de desenhos; no segundo os educandos foram vendados e depois convidados a identificarem as amostras de solo colocadas em recipientes de plásticos; já no terceiro encontro foi realizada a montagem das maquetes didáticas para evidenciar os horizontes do solo. 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Buscamos com essa avaliação, abrir um espaço de reflexão (MELO, BASTOS, 2012) sobre os assuntos ensinados nas atividades, onde os alunos atribuíram significado e sentido ao conteúdo, escolhendo os temas e contextualizando-os na criação de suas fábulas. Assim, foi possível estimulá-los no desenvolvimento de suas competências, escrita e leitura, não direcionando a avaliação como subsídio para classificar os que sabem e os que não sabem. A escrita de textos usados nas aulas de ciências configura-se como uma estratégia para a consolidação do ensino, já que estimula a organização e estruturação assunto, possibilitando sua melhor compreensão. Percebemos com esse trabalho que métodos e estratégias que ressignificam o conhecimento e que estimulem a reflexão, criatividade e criticidade são importantes para a efetivação do conhecimento bem como para a formação cidadão discente. 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