CARNEIRO, Isabel Almeida. Ações pibid 2017/2018-subprojeto artes uerj. Anais VII ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/51729>. Acesso em: 22/11/2024 17:50
Título: Ações PIBID 2017/2018- subprojeto Artes UERJ Autores: Isabel Carneiro, Ana Valéria de Figueiredo da Costa e Aldo Victorio Palavras-chave: arte, educação, formação incical Resumo Os impactos do PIBID observados se estendem em três dimensões articuladas e inseparáveis, a escola, os licenciandos e as professoras. Em relação às escolas que acolheram o subprojeto de Artes Visuais, a presença da universidade sob o entusiasmo dos licenciandos; as atividades oferecidas com o conforto e boa exequibilidade por conta de recursos materiais e humanos envolvidos e demais novidades positivas, geraram efeitos muito produtivos, sobretudo para as crianças e jovens estudantes das escolas. Outro aspecto que favoreceu ao rápido entrosamento foi a presteza dos licenciandos quando solicitados no cotidiano da escola. Em relação às professoras supervisoras, o impacto foi notavelmente positivo, na medida em que o PIBID oportuniza a interlocução entre professores, licenciandos, coordenadores e outros atores das escolas com a frequência necessária para se tratar atentamente de problemas, propostas e experiências da prática docente e de seu cotidiano. A oportunidade que a professora tem de ser ouvida e participar de atividades de formação continuada (estudo de textos, palestra na própria escola com convidados sobre temas diversos relacionados ao campo curricular do subprojeto, a participação em eventos acadêmicos e culturais, etc.) representam o mais positivo efeito do trabalho. Quanto aos licenciando, a sua maioria já atuava há muito tempo no subprojeto. Assim, os efeitos da rede de experiências vivenciada individual e coletivamente foram se consolidando gradativamente. No início da implementação do subprojeto, o impacto causado pela experiência no universo escolar como futuros docentes foi, sob certa ótica, evidente, contudo, reduzia-se à sobreposição de sensações como estranhamento, estímulo, medo e demais sentimentos que afetam a quase todos diante do desafio do inedito. Ao longo do tempo, as sensações iniciais foram se transformando em franco envolvimento manifestado pelas problematizações, dúvidas e questionamentos em relação ao que vivenciavam. Percebemos, portanto, o aprofundamento dos efeitos da experiência, sobretudo, quando os bolsistas passaram a manifestar espontaneamente a incorporação em suas rotinas e compromissos as atividades e vivências do programa, seja na escola, na universidade ou em eventos relacionados. Percebia-se assim como o PIBID participava de suas formações e compromissos acadêmicos. É possível afirmar, portanto, que o que mais caracteriza o impacto do programa na formação dos estudantes envolvidos, bolsista e voluntários, foi o desenvolvimento da intimidade com a Educação Básica em seus cotidianos, intimidade nos mais produtivos sentidos, como o exercício crítico inseparável da solidariedade, a observação atenta e comprometida e sobretudo, a experimentação criativa de modos de ser e estar nas escolas entendendo-os como elementos estruturantes de suas formações em curso. Durante o ano de 2017 com todas as incertezas da continuidade ou não do projeto tivemos uma trajetória exitosa. Contei com o apoio do Laboratório de Ensino da Arte na unidade a qual pertenço, o Instituto de Artes. A despeito das dificuldades, foi gratificante observar o crescimento acadêmico dos licenciandos e seu rápido e produtivo envolvimento com o programa. Envolvimento refletido nos materiais produzidos, nas atividades realizadas, nos estudos, leituras, encontros e intensos debates sobre as experiências acumuladas. Aspectos que caracterizam a robustez da formação viabilizada pelo PIBID, sem o qual dificilmente aconteceria no fluxo, frequência e intensidade vivenciados.As perspectivas que posso elencar não refletiriam, portanto, apenas o interesse e avaliação da coordenadora, antes, o sentimento do coletivo do subprojeto, cujo amadurecimento do processo de formação docente em andamento que vislumbrou a novas experiências, sobretudo, no ensino médio, experiência realizada neste ano no subprojeto. Consolidamos muitas compreensões a respeito da atualidade da vida escolar, sobretudo com relação à participação do campo de saberes das Artes nas redes curriculares. Redimensionamos assim as seguras relações entre as Artes e a formação humana, entendida como a utopia íntima da educação escolar obrigatória. O coletivo do subprojeto Artes Visuais pode perceber com mais nitidez e profundidade o jogo das relações estéticas com questões fulcrais da formação cidadã no que cabe à escola. Relações que só podem ser eficientemente trabalhadas pelo profissional com formação específica e espaço curricular reconhecido e respeitado. Pois, as Artes não seriam, em seu ensino, redutíveis ao aspecto de adereço cultural ou repertório refinado e portanto sujeitado à perspectivas elitistas. Cabe portanto ao ensino das Artes não apenas a coletivização democrática dos valores artísticos e estéticos hegemônicos, mas, sobretudo a sua discussão quando são usados como dispositivos de afirmação cultural de uns em detrimento dos demais. É também função dessa área tratar da Cultura Visual e do assédio colossal das imagens visuais sofridos pelas novas gerações, preparando-as para o permanente embate contra os interesses que subjazem os cada vez mais volumosos dispositivos projetados para a sedução do olhar. Assim como é função das Artes na escola trabalhar o jogo poético da auto imagem como fator significativo da auto criação de cada sujeito, se ocupando assim, por meio da produção poética e do estudo e discussão das imagens, do jogo da diferença entre os sujeitos e coletivos, e da importância de se aprender e fortalecer meio à diversidade sempre aliado ao seu respeito incondicional. Possibilita, por meio da apreciação e criação artística a relativização dos valores culturais e a afirmação da inventividade como elemento inseparável dos processos de ensino e aprendizagem, de desenvolvimento pessoal e fortalecimento coletivo. Partindo dessas premissas, o coletivo deste subprojeto espera continuar os investimentos na formação docente em Artes em parceria produtiva com as escolas, equipamentos culturais da cidade e a universidade. Referências: HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação. Os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed Editora, 1998. LARROSA, Jorge. Tremores. Escritos sobre a experiência. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.