De acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o programa Residência Pedagógica possui como objetivo a imersão do estudante de licenciatura a partir da segunda metade do curso nas escolas de educação básica de modo a aperfeiçoar o estágio supervisionado (CAPES, 2018). Diante da nova política de formação de professores, no mês de março foi lançado edital para as instituições que ofertam cursos de licenciatura, assim o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) participou da seleção e foi contemplado. O IFMT - campus Confresa, um dos núcleos do programa no IFMT, conta com 24 bolsistas residentes, sendo 8 para o curso de Licenciatura em Biologia, 8 para o de Licenciatura em Física e 8 para Licenciatura em Ciências da Natureza com Habilitação em Química. Esse trabalho traz os resultados de uma pesquisa que objetivou conhecer as expectativas dos licenciandos dos cursos de Biologia, Física e Ciências da Natureza com Habilitação em Química ofertados pelo IFMT - Campus Confresa em relação à participação no programa Residência Pedagógica como forma de ampliar a sua formação para o exercício da docência. Assim a questão que norteou a pesquisa foi: "Quais as expectativas dos residentes bolsistas do programa Residência Pedagógica/Capes em relação às influências que podem ter na sua formação pedagógica?". A pesquisa realizada foi do tipo qualitativa e teve como instrumento de coleta de dados um questionário contendo três perguntas abertas, além de dados de perfil do estudante. O questionário foi enviado aos 24 residentes do referido núcleo via Google forms e a coleta ocorreu entre os dias 30 de agosto a 3 de setembro de 2018. As três perguntas do questionário foram: 1) "Por que você se inscreveu para participar do Programa Residência Pedagógica?"; 2) "De que forma o programa pode contribuir para a sua formação docente?" e 3) "Você deseja atuar como docente após a conclusão do curso de licenciatura?". Tais questionamentos tiveram a finalidade de desvelar e entender as motivações dos licenciandos quanto à participação nesse programa fomentado pela Capes. Dentre os 24 licenciandos residentes, 22 responderam ao questionário, sendo 8 do curso de Licenciatura em Biologia, 6 do curso de Licenciatura em Física e 8 do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza com Habilitação em Química. Dentre os 22 residentes, 8 iniciaram o oitavo semestre do curso e os demais 14 deram início ao sexto semestre. Quanto ao gênero, são 10 do sexo masculino e 12 do sexo feminino, um número um tanto equilibrado, uma vez que há pesquisas que mostram que as mulheres já são em maior número nas universidades, tanto quanto estudantes como docente (RICOLDI; ARTES, 2016). Em relação às idades dos residentes, há 15 licenciandos na faixa etária entre 19 e 23 anos, 4 possuem idades entre 24 e 33 anos e 4 possuem entre 34 a 40 anos. Sendo a maioria dos estudantes entre 19 e 23 anos, que diverge da pesquisa divulgada pelas autoras Ricoldi e Artes (2016, p. 152) que aponta que no Brasil "[...] apenas 13% dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos estavam matriculados no ensino superior". Ao responder às questões abertas do questionário, 7 dos residentes responderam que se inscreveram no programa por entenderem que o programa vai facilitar a realização dos estágios supervisionados, 13 relacionaram o interesse pelo programa para melhorar a compreensão da atividade docente e melhorar a formação acadêmica e profissional, por entenderem que quando atuarem como docentes se sentirão mais preparados, 2 responderam que acharam interessante a proposta. Para a segunda questão. Sobre a forma que o programa pode contribuir com a formação dos residentes, eles apontaram principalmente a possibilidade de aprimorar o conhecimento de estratégias e metodologias de ensino e conhecer melhor o contexto e realidade escolar. A última questão, buscou saber as intenções dos residentes quanto a atuação na profissão que estão se formando, 8 deles responderam ainda estar indecisos quanto ao exercício da profissão enquanto que 14 afirmaram que sim, irão atuar como docentes após a conclusão do curso. Não houve respostas negativas para esta questão. Com essa pesquisa, buscou-se compreender o que esperam os licenciandos afim de contribuir para que em próximos estudos tenha-se um comparativo entre as expectativas e as reais contribuições que o programa Residência Pedagógica venha a promover na formação dos residentes. Palavras-chave: Residência Pedagógica, licenciatura, formação de professores, ciências. Referências CAPES. Programa de Residência Pedagógica. 2018. Disponível em: . Acesso em: 08 set. 2018. RICOLDI, Arlene; ARTES, Amélia. Mulheres no ensino superior brasileiro: espaço garantido e novos desafios. ex æquo, n.º 33, p. 149-161, 2016. Disponível em: Acesso em: 06 set. 2018.