CONSULTA À COMUNIDADE ESCOLAR PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA AGENDA 21
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Seike/IFTM-Campus Uberaba Eixo Temático: Processos de Ensino e Aprendizagem Agência Financiadora: CAPES Resumo O PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) do IFTM (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro), Campus Uberaba, no seu subprojeto Interdisciplinar, que envolve os cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e Licenciatura em Química, tem como tema principal o Meio Ambiente. E para atender a uma das propostas desse subprojeto, foi iniciada a elaboração da agenda 21 Escolar em uma escola estadual da região central do município de Uberaba, contemplando as necessidades da comunidade escolar. A agenda 21 é um documento criado na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, em que "a comunidade das nações procurou identificar os problemas prioritários, os recursos e meios para enfrentá-los e as metas para as próximas décadas" (CNUMAD, 1995, p. 7). E em se tratando de problemas ambientais, a comunidade escolar tem um papel importante na educação das crianças e adolescentes, para que saibam sobre como cuidar do meio ambiente e entendam como suas atitudes podem estar colaborando ou não para a sua preservação. A Agenda 21 Escolar tem como objetivo melhorar a situação ambiental dentro da escola, com reflexos mais amplos. Alunos e servidores devem participar ativamente dos projetos propostos pela mesma, de modo interdisciplinar, trazendo para a realidade conceitos aprendidos em sala de aula. Neste contexto, o objetivo desde trabalho foi consultar aos membros de uma comunidade escolar na cidade de Uberaba para a construção de uma agenda 21. A pesquisa sobre as demandas de áreas a serem trabalhadas na Agenda 21 da Escola Estadual do centro de Uberaba foi realizada entre os meses de fevereiro e abril de 2017, sendo dividida em duas etapas de consulta à comunidade escolar: na primeira, os alunos da escola apontaram, em uma redação com tema ambiental, quais as melhorias necessárias e, na segunda, foram realizadas entrevistas com os servidores da escola (incluindo professores), abrangendo assim toda a comunidade escolar. A consulta aos alunos por meio da redação foi realizada no período de fevereiro a março, com dois textos-tema diferentes, uma voltada para ensino fundamental com texto-tema apresentando uma linguagem mais simples e de fácil entendimento, incluindo uma tirinha da turma da Mônica, e outra para o ensino médio, com texto mais direto sobre o tema. Foi tomado um grande cuidado para não induzir as respostas dos alunos. As redações foram aplicadas por professores de Português em suas aulas e serviram tanto para os propósitos da Agenda 21 Escolar quanto da disciplina. Com os servidores foi adotada uma abordagem mais direta, entrevistando-os sobre possíveis atividades que melhorariam o ambiente escolar. As entrevistas ocorreram no mês de abril, contendo três perguntas: 1) Qual a importância da execução de um projeto como esse para a escola? 2) O que pode ser melhorado dentro da escola para preservar e diminuir os impactos que causamos ao meio ambiente? 3) Quais ações devem ser abordadas e trabalhadas com os alunos e demais membros da comunidade escolar sobre o meio ambiente? Possibilitando aos servidores apontar problemas e dificuldades, propor atividades e argumentar sobre a sua importância e os impactos que estes teriam no cotidiano da escola e também da comunidade. As redações foram analisadas de maneira qualitativa e quantitativa, agrupando os apontamentos feitos pelos alunos em áreas de atuação que deveriam ser trabalhadas na Agenda 21 Escolar. A questão mais apontada pelos alunos foi o tratamento inadequado do lixo na escola. Em 98 redações os alunos apontaram o descarte de lixo no chão, 65 alunos relataram que a escola deveria investir mais em oficinas de reciclagem, ponto que ficou ressaltado, pois em 61 redações o tema coleta seletiva apareceu. Apesar da escola estar preparada com lixeiras de coleta seletiva, os alunos ainda não fazem o uso correto delas, como foi relatado nas redações. As entrevistas foram realizadas com 18 servidores da escola, entre eles cinco professores, cinco secretárias, duas bibliotecárias, três cozinheiras e três encarregados de serviços gerais. Os servidores, por sua vez, estavam preocupados principalmente com a conscientização dos alunos, sendo que 50% deles declararam que esta é fundamental para que haja melhora na situação ambiental da escola. Durante a entrevista, os servidores também ressaltaram que a maior dificuldade em se realizar projetos na escola é o desinteresse dos alunos, e que a maior barreira a ser vencida é exatamente esta, despertar o interesse e a vontade nos alunos, a ponto de fazê-los participarem ativamente desses projetos que são tão importantes para a escola e para a comunidade. Os problemas que alunos e servidores apontaram em comum foram a limpeza da escola, lixo jogado no chão, e etc. Onde os servidores relataram que mesmo com informações e projetos que fazem campanha de coleta seletiva, os alunos continuam com este habito, e que seria necessário algumas palestras e gincanas, onde o interesse dos alunos fosse despertado, assim este problema aconteceria com menos frequência. A consulta à comunidade escolar sobre o ambiente escolar e meio ambiente global apresentou semelhanças e discrepâncias entre as opiniões dos alunos e servidores. Entre as semelhanças, está a importância da abordagem de questões ambientais de uma forma geral. A diferença principal consiste na opinião de alguns servidores que vêm desinteresse nos alunos ao tratar desse assunto. Algo que os alunos não revelaram em suas redações. A consulta à comunidade, levando ao planejamento de atividades que abordem os temas indicados por eles próprios, pode resolver o problema do eventual desinteresse. Agradecimentos Agradecemos aos bolsistas de iniciação à docência Amanda L. D. Nunes, Bruno R C. Vieira, Ediene E. B. Silva, Gustavo H. C. Silva e Yhan L. T. Guimarães pelas contribuições na coleta e análise de dados e ao professor Claudinei O. Oliveira pela supervisão. Somos gratos à CAPES e ao IFTM pelos apoios financeiro e logístico. 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