MELO, Maria Dicianne De. Como o ato de brincar e dinâmicas pode ajudar. Anais VII ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/51976>. Acesso em: 22/11/2024 17:43
Como o ato de brincar e dinâmicas pode ajudar influenciar o aprendizado de normas para uma melhor convivência na educação infantil Maria Dicianne de Melo/dicianne@gmail.com/Universidade Estadual do Ceará Diego Adaylano Monteiro Rodrigues/diegoadaylano@gmail.com/Universidade Estadual do Ceará Eixo Temático: Processos de Ensino e Aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo Com este estudo buscamos evidenciar a influência das normas vivenciadas nas dinâmicas e nos momentos das brincadeiras para a construção de um conjunto de habilidades, ou seja, de competências da criança, como a autogestão, autoconsciência, empatia, habilidade social e boa capacidade de tomada de decisões. O objetivo deste trabalho é compreender como dinâmicas e brincadeiras podem contribuir com o aprendizado na educação infantil num ambiente onde as normas e regras se fazem presentes. Diante disso, no intuito de refletir através de dinâmicas e estudos apoiados nos autores como Vygotsky, Wallon, Piaget, Friedmann, Moyles, entre outros teóricos. Na perspectiva que a escola sofre reflexos diretos impostos pela estrutura da sociedade, nesse sentido, foi indispensável a apreciação das contribuições de Vygotsky e das diretrizes curriculares nacionais acerca das possíveis contribuições do brincar para o desenvolvimento e a aprendizagem infantil. Nossa pesquisa evidenciou que a brincadeira e a emoção são elementos pertencentes ao desenvolvimento infantil, nesse sentido os ensinamentos que acontecem nos espaços escolares no intuito de haver um direcionamento da educação voltada às atitudes tomadas na infância onde determinam resultados tanto positivos quanto negativos. Por meio de uma pesquisa qualitativa, do tipo de intervenção pedagógica, foram usados como instrumentos de coletas de dados rodas de conversa e desenhos produzidos pelas próprias crianças a partir de conhecimentos e concepções que eles mesmos construíram. As atividades de intervenção foram construídas através das dinâmicas realizadas com os alunos da faixa etária entre quatro e cinco anos de idade em sala de aula, numa escola de ensino privado em Fortaleza. Realizamos uma dinâmica com o objetivo de mostrar como é ruim ter alguém no grupo que infringe as regras, materiais que utilizamos foram duas bolas, contudo começamos dividindo a classe em dois grupos com a mesma quantidade de crianças e fizemos a brincadeira de quem passa a bola mais rápida, em seguida organizamos em fileiras e explicamos o que tinham que fazer, e que eles teriam que passar a bola por baixo das pernas um do outro. Posteriormente, solicitamos que se fixem a uma distância em que alcancem a mão do próximo amigo para oferecer a bola. Explicamos as regras da brincadeira para que eles pudessem entender como seria o jogo. Logo em seguida, entregamos a bola para uma equipe e apenas depois de certo tempo disponibilizamos para a outra equipe, dando uma vantagem para o primeiro grupo. Aguardamos um tempo para analisar se as crianças iriam protestar o fato de terem sido afetados por não ter sido feito o combinado sobre as normas da brincadeira, pois entregamos a bola para a segunda equipe somente minutos após. Nesse momento, algumas crianças começaram a protestar falando: "tia, isso não é justo, você entregou a bola para eles primeiro"; "tia, tia tem que começar de novo, não valeu"; "tia, eu não quero mais brincar, não vou mais brincar". Concluímos a dinâmica conversando com as crianças sobre as perdas que ocorrem quando não realizamos as normas. E que as nossas atitudes podem refletir no desempenho do nosso amigo, pois se fazemos parte de uma equipe e não cumprirmos as normas, a nossa conduta irá influenciar no resultado de todo o grupo,como na sala de aula que se a professora requisitar que toda a turma preste atenção à explicação da tarefa de casa e apenas uma criança não cumprir à essa solicitação, a sua atitude vai resultar no desempenho, na concentração de toda a sala. No entanto, podemos observar a preocupação e o interesse das crianças em após o término da dinâmica cumprirem as normas e rotinas da sala de aula, mostraram entusiasmo e euforia durante toda realização da atividade. Contudo, realizamos as dinâmicas em sala de aula com as crianças tendo como base os Referenciais Curriculares Nacionais (RCN), onde o mesmo nos expõe sobre à importância da criança praticar a sua aptidão de criatividade por meio das múltiplas experiências oferecidas e vividas nas instituições, sejam elas na maior parte voltadas às aprendizagens ou às brincadeiras. Podemos observar por meio da realização dessas dinâmicas o quanto as crianças aprendem por meio dessas atividades, pois essas vivências fazem com que elas tenham percepção acerca do que acontece e do que pode vir a acontecer de acordo com as suas opções, com suas atitudes tomadas. Assim sendo, as brincadeiras e dinâmicas possuem um papel de fundamental importância e complemento na aprendizagem da educação infantil, fazendo com que dessa forma através do lúdico como dinâmicas despertem novos interesses e conhecimentos acerca de novos saberes. Compreendemos a partir dos pensamentos dos autores citados acima como Vygotsky, Piaget, Wallon e os demais que as regras existem para que posssam ser cumpridas e haja uma organização no ambiente em que estamos inseridos onde possamos contribuir no bom funcionamento. Porém, podemos observar como as crianças se comportam diante de situações em que se torna necessário o cumprimento das regras como nos momentos em que foram realizadas as dinâmicas e autocontrole nas mais adversas situações da rotina escolar, como em manter a concentração, saber esperar a sua vez para falar ou utilizar o brinquedo, mantendo dessa forma o controle das emoções e desejos, sendo assim uma habilidade fundamental para uma boa convivência em sala de aula. Percebemos que este brincar da dinâmica proporcionou a exploração e a aprendizagem das crianças a um nível mais elevado em termos de entendimento. Enfatizamos Moyles (2002) ao assegurar que o brincar dirigido é essencial para interação professor e aluno, pois o educador propicia os recursos essenciais e apropriados para uma aprendizagem significativa. Ainda sobre esta atividade, podemos perceber ao realizar o direcionamento da dinâmica se a criança está pronta para vivenciar uma situação dirigida. Ainda assim, no intuito de propor uma atividade onde nós pudéssemos observar o entendimento das crianças diante de uma representação gráfica expondo suas opiniões e sentimentos por meio dos desenhos na qual demonstraram satisfação ao encontrar o ambiente da sala de aula organizado, preferindo brincar com seus amigos brincadeiras que existam regras. Por fim, a nossa pesquisa evidenciou que as dinâmicas e brincadeiras podem influenciar o aprendizado de normas para uma melhor organização e convivência na educação infantil. Palavras-chave: Educação infantil, ensino- aprendizagem, jogos, dinâmicas, brincadeiras Referências: BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Ensino Fundamental: ReferencialCurricular Nacional para a Educação Infantil, volumes I, II, III. Brasília:MEC/SEF, 1998. BROUGERE, Gilles. Jogo e educação. Gilles Brougere; Porto Alegre: ArtesMedicas, 1998. FRIEDMANN, Adriana. Brincar: Crescer e Aprender- O resgate do jogo infantil.São Paulo: Moderna,1996. MAHONEY, Abigail Alvarenga; ALMEIDA, Laurinda Ramalho. Henri Wallon.Psicologia e Educação. São Paulo: ed. Loyola,2009. Moyles, Janet R. Só brincar? O papel do Brincar na educação Infantil. PortoAlegre:Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (Artmed),2002. OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento um processo sócio- histórico. São Paulo. Editora Scipione,1993. PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 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