O uso cultural de psicoativos pode ser datado em dimensões milenares, inclusive, nos mais variados cultos e religiões do mundo, todavia, com o suceder do período inquisitorial e de outros eventos históricos, de forma central no contexto atual a “guerra contra as drogas” iniciada no século XX se desenvolveu uma forte teoria frente ao “problema das drogas”, criminalizando jurídica e socialmente o uso de psicoativos, assim como, marginalizando seus usuários. É nosso objetivo analisar as relações entre valores religiosos e valores políticos presentes no discurso e na prática de grupos religiosos especificamente no que diz respeito ao “problema das drogas”, especialmente, quando participa do debate na esfera teórica e prática pautada numa compreensão moralista, estando diretamente incluída aqui a falta de estrutura familiar como causa ou ainda, como efeito direto do uso de psicoativo. Desenvolvemos este projeto de pesquisa pretendendo contribuir com a discussão sobre a responsabilidade dos grupos religiosos da cidade de Natal/RN na definição deste assunto de grande repercussão na esfera pública, que em sua maioria tende a conceber de forma espiritualizada, ao passo que, anula parcialmente a contextualização social. O trabalho apresenta como dado empírico as entrevistas realizadas com lideranças religiosas presentes na cidade e versa sob a contribuição teórica dos pensadores da Sociologia da Religião e demais estudiosos das áreas historiográficas, assim como, das ciências psicológicas, que têm pesquisado sobre a relação existente entre “Drogas”, Religião e Cidadania.