MARTINS, Isabel Cristina Pereira et al.. . Anais III JOIN / Edição Brasil... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/50232>. Acesso em: 22/11/2024 18:19
O presente estudo propõe-se analisar a letra da música "Lôraburra" do rapper brasileiro Gabriel o Pensador, do ano de 1993. Temos como objetivo principal esclarecer o motivo de essa música ter se tornado tão popular e de ter sido aceita, mesmo com opiniões contrárias à sua letra, e com a presença de manifestações machistas e sexistas ao decorrer dela, que vamos perceber através de termos linguísticos que denotam machismo. Teremos como embasamento teórico as noções de texto como evento comunicativo abordado por Luiz Antônio Marcuschi; o estudo do gênero por Simone de Beauvoir; o fenômeno da referenciação, com as autoras Mondada e Dubois e por último, o estudo comparativo social em relação aos gêneros de Judith Butler. Ao final de toda a análise da letra da música, obtivemos como resultado a comprovação de que existem, sim, estes termos misóginos e totalmente machistas e que, para algumas pessoas, ainda assim a música é considerada o retrato das mulheres nacionais, mesmo a música tendo sido escrita vinta e quatro anos atrás. Entendemos que tais resultados mostram que a cultura machista vem se disseminando desde sempre e isto se tornou algo normal em nosso país. Tal cultura, faz com que a mulher sempre seja vista como alguém sem valor e de total ignorância. Faz também com que letras como a da música “Lôraburra” sejam consideradas o retrato das mulheres tanto de antigamente como as dos tempos atuais, vistas pelo homem, como “mulher-objeto”. E que, no próprio clipe da música, as mulheres tratam do assunto machista presente na letra com naturalidade e normalidade.