A Constituição de 1988 tem se configurado como marco do reconhecimento da Educação Infantil como direito das crianças de frequentarem a creche e a pré-escola, como resultado da luta por uma educação de qualidade. Entretanto, é recente a tomada de decisão acerca das políticas públicas direcionadas para essa etapa da educação básica. Embora as Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil tenham norteado o ensino para as práticas voltadas para as experiências e vivências no contexto educacional vigente, acentuado a importância das brincadeiras como um direito e como um meio de favorecer o processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, ainda há necessidade de ressignificação de seus conceitos. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as interações e as brincadeiras, assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se. Corroborando esses princípios, as DCNEI apontam as interações e as brincadeiras como eixos norteadores das práticas pedagógicas e isso deve dialogar com a proposta curricular da Educação Infantil em todos os seus eixos de experiências de modo que garantam e promovam o conhecimento, o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. Partindo desses pressupostos é que o presente artigo pretende refletir acerca das propostas da BNCC para a Educação Infantil no que se refere ao uso das brincadeiras nos campos de experiências como aporte para o desenvolvimento da criança, levando-nos assim a compreender o papel desempenhado por essas brincadeiras como aportes de aprendizagem e desenvolvimento no contexto da Educação Infantil. A discussão será embasada na perspectiva histórico-cultural defendida por Vygotsky. Entretanto, outros teóricos farão parte do escopo desse trabalho. A metodologia utilizada neste trabalho está pautada numa pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico. À luz dessas abordagens, percebe-se ainda o quanto o direcionamento das políticas públicas para a Educação Infantil vem ressignificando as práticas de aprendizagem das crianças para um ensino que não respeita suas especificidades. Destarte, conclui-se o quanto as brincadeiras se configuram como marco de aprendizagem e por esta razão precisam estar atreladas aos campos de experiências propostos pela BNCC, pois são nesses momentos que as crianças estabelecem relações e interações, trocas, mediações, conceitos e aprendizagem.