Entende-se que a doença crônica tem potencial incapacitante de curso prolongado, que afeta as funções psicológicas, fisiológica ou anatômica. As Doenças Crônicas Transmissíveis (DCT), são doenças infecciosas causam um alto nível de incapacitação, estigma e segregação, devido a transmissibilidade que possuem e as pessoas que tem ou tiveram DCT tendem a isolar-se da sociedade. A construção e aplicação de atividades educativas através de grupos possibilita a aproximação e integração desse público na sociedade e também a trabalhar o autocuidado com esses indivíduos. Sendo o último de extrema importância e fundamental para tenham uma vida mais saudável, podendo prevenir agravos, tratar e reabilitar problemas de saúde. Nessa perspectiva o trabalho tem por objetivo descrever as ações de saúde para a promoção do autocuidado a pessoas com DCT, através de encontros grupais. Trata-se de um relato de experiência, construído a partir da experiência vivida por acadêmicos de enfermagem em grupos de autocuidado, que ocorreram em UBS da cidade de Picos-PI, entre junho e outubro do ano de 2016, referente as ações do projeto de extensão “Reabilitação social de pacientes com doenças crônicas transmissíveis no município de Picos”, desenvolvido pela Liga Acadêmica de Hanseníase e Outros Doenças Negligenciadas. Constatou-se que as atividades grupais tiveram uma significativa contribuição para o desenvolvimento de ações de promoção à saúde, sensibilizando os participantes para o processo de escuta ativa, e socialização com o grupo, integrando e tornando-os importantes por contribuírem com as discussões, compartilhando das suas experiências e vivências sobre adoecimento. Os participantes demonstraram estar relaxados e não se sentiram intimidados para a interagir, realizando todas as atividades que lhes foram propostas. O desenvolvimento das dinâmicas estimulando a quererem praticar mais algumas atividades diárias como caminhadas, alongamentos, ou mesmo estar em rodas de conversas com amigos. A metodologia aplicada teve grande aceitação, superando as expectativas dos alunos na obtenção de informações e no quesito ensino-aprendizado, além de ter estimulado cada participante a se cuidar ainda mais, assim como a serem multiplicadores dos saberes adquiridos. Contudo, realizar os grupos de autocuidado foi essencial para conhecer mais acerca da realidade do indivíduo crônico transmissível. Na tentativa de sensibiliza-los que apesar das incapacidades causados pelas doenças, das limitações, do preconceito e segregação, esses fatores não devem impossibilita-los de serem seres participativos, capazes e necessários na sociedade. Já o autocuidado evidenciou-se como peça fundamental no processo de manutenção do corpo e mente saudáveis, fazendo com que os participantes dos grupos reconhecessem novas técnicas e passassem a aprimorar suas práticas. Concretizando-se para os acadêmicos como uma experiência valiosa, despertando o desenvolvimento do cuidado cultural, a universalidade que se reporta aos significados, valores, modos de vida ou símbolos de cuidado dentro de ou entre as coletividades, que estão relacionadas com expressões do cuidar humano de auxilio, suporte e capacitação.