O presente trabalho tem como objetivo apresentar e refletir acerca da primeira experiência de estágio realizado em contexto não indígena pelos acadêmicos e acadêmicas indígenas do curso de Licenciatura em Educação Básica Intercultural da Universidade Federal de Rondônia. Esse trabalho evidencia a experiência da disciplina de Estagio com atividades desenvolvida na área de Ciências da Linguagem Intercultural do referido curso. Tal ação se desenvolveu numa escola pública urbana estadual não indígena no município de Ji-Paraná vivenciado numa perspectiva intercultural no segundo semestre de 2017. A metodologia adotada numa perspectiva de abordagem qualitativa com coleta de dados a partir de observação e entrevista realizada com os acadêmicos do curso de licenciatura que estavam desenvolvendo a prática de estágio. Essa experiência de estágio foi realizada no primeiro semestre de 2017, com carga horária de 80h, dividida em observação, planejamento e regência. O estágio possibilitou aos acadêmicos e acadêmicas indígenas refletir e repensar essa experiência e futuras ações pedagógicas fora do espaço escolar indígena no contexto amazônico. Conforme previsto no projeto político pedagógico do curso o estágio supervisionado está subdivido em 5 estágios, sendo que no ensino médio acontece fora do contexto da aldeia, com conteúdos programados pelos acadêmicos e acadêmicas indígenas (não há Ensino Médio nas escolas indígenas). Na seleção dos conteúdos considerou-se as orientações previstas no RCNEI (1998) que tem como proposta uma educação intercultural, bilíngue e diferenciada. A experiência se desenvolveu com conteúdos temáticos tendo como eixo principal na área da linguagem abordando a interculturalidade e identidade. Foi desenvolvida em uma escola da Rede Estadual de Ensino com turmas e series diferenciadas que integram o ensino médio. O Estágio constitui-se um componente curricular obrigatório no curso de formação inicial de docentes previsto no projeto político pedagógico do curso de Licenciatura Intercultural, uma vez que deve também atender as exigências propostas pela Lei nº 9.394/1996, as Diretrizes Curriculares Nacionais para formação de professores da Educação Básica e também pelas Resoluções e Pareceres do Conselho Nacional de Educação, porém sem desconsiderar as especificidades e os saberes indígenas.