Com as discussões crescentes em torno das questões de gênero e sexualidade, sobretudo relacionadas a transexualidade, o presente trabalho teve como objetivo pesquisar como se deu o pioneirismo de uma transexual como professora universitária da Universidade Federal da Paraíba. Ainda que os estudos e as discussões sobre questões transexuais estejam cada vez em maior evidência, os transgêneros continuam sofrendo com o preconceito e a discriminação da sociedade. No Brasil, um dos países que mais mata transexuais no mundo, ser transgênero é sinônimo de marginalização e prostituição. Divergindo dessa realidade, no Campus de Ciências Agrárias da UFPB na cidade de Areia, existe entre seus docentes uma professora transexual, médica veterinária, concursada e doutora. Para a realização desta pesquisa foram feitas entrevistas qualitativas entres os dias 3 e 10 de maio, com o intuito de identificar à percepção da entrevistada sobre como se deu sua trajetória profissional. A docente acredita que só conseguiu chegar onde está, reprimindo sua identidade como transexual ao longo de toda a vida estudantil e profissional, mesmo após a conclusão do doutorado, o que existia era apenas uma identidade homossexual, o transgênero só foi existir depois da nomeação em um concurso público para UFPB, quando surgiu nesta instituição resoluções legais que garantissem os direitos dos profissionais transexuais. A professora se sente bem-sucedida e capaz de influenciar tanto outros transgêneros, pela sua trajetória, como seus colegas de trabalho e alunos, diminuindo o preconceito entre eles.