Estudos como os de Dalcastagnè (2005) e Silva (2010) comprovam a tímida presença de mulheres como produtoras literárias e confirmam que o cânone literário se configura como um espaço de exclusão, visto que a maioria dos autores são homens, brancos, heterossexuais e pertencentes à burguesia e à classe abastada. É certo que os estudiosos citados desenvolvem suas pesquisas voltando-se, principalmente, ao cenário literário brasileiro. No entanto, se levarmos em consideração o cânone da literatura do restante do continente americano e do continente europeu, o que se percebe é a conservação de nomes de escritores e de seus textos, sem a menor preocupação para a produção literária feminina. Partindo dessas observações, o artigo direciona sua atenção ao continente africano e apresenta uma investigação sobre a presença de mulheres escritoras nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa). Como aporte teórico, foram utilizados os estudos de Mata & Padilha (2007), Dalcastagnè (2005), Silva (2010), Duarte (2012), dentre outros.