Este artigo tem o objetivo de caracterizar os desafios enfrentados pelas mulheres pretas lésbicas no mercado de trabalho em Salvador. A pesquisa aponta importantes pontos tais como: a discussão sobre diversidade organizacional como um aspecto estratégico, e a enorme lacuna entre os discursos e as práticas organizacionais. Para isso utilizamos como metodologia a Análise do Discurso (AD) que tem como um dos objetivos identificar de que forma o imaginário é retratado. Com o auxílio dessa ferramenta metodológica realizamos entrevistas com mulheres pretas lésbicas, as questionamos a respeito de suas vivências no mercado de trabalho, levando em consideração os seguintes marcadores sociais: classe, gênero, raça, geração, etnia, sexualidade e território. Daí analisamos os discursos e identificamos alguns desafios, por exemplo, ser mulher, ser lésbica, ser preta, ser periférica, ter traços negroides, ser uma lésbica feminina ou masculinizada, entre outros. Dentre estes, o ser preta e ser lésbica apareceram com mais intensidade nos resultados.