SAMPAIO, Fabrício De Sousa. O “queer” para educação em direitos humanos. Anais XIII CONAGES... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/42177>. Acesso em: 20/12/2024 05:07
Em tempos de avanço dos ultraconservadorismos e das pedagogias “heteroterroristas” nas mais diversas esferas de sociabilidade no Brasil, uma proposta educacional que fomente a construção de estruturas sociais reconhecedoras dos mais diversos direitos humanos das “minorias” sociais, torna-se um imperativo. Este artigo pretende explicitar algumas assertivas dos estudos “queer” que possam (re) materializar processos educativos na perspectiva dos direitos humanos. Para tanto, teórico(a)s e categorias vinculadas aos deslocamentos “queer” são revisitados para questionar, desestabilizar e desconstruir os atuais percursos formativos brasileiros repletos por marcas de exclusão e violência. A partir desta revisão crítica, espera-se identificar escapes teórico-práticos na constituição de pedagogias inclusivas que retroalimentem políticas escolares de reconhecimento dos direitos de todo(a)s estudantes. As recentes ofensivas engendradas contra a educação crítica e contra as pedagogias para as diferenças expressam, de certa maneira, uma reação violenta para barrar a incipiente contemplação de direitos dos sujeitos historicamente marginalizados. Os estudos “queer”, nesta ambiência, representam uma ameaça aos processos heteronormativos por seu potencial desconstrutivista e desestabilizador das normatividades sociais que sustentam processos de estigmatização e abjeção de determinados sujeitos nos cotidianos escolares.