A partir da premissa de que a escola se configura como uma das estratégias de governamento, este artigo interroga as narrativas de uma mãe e de um professor sobre as práticas escolares de interdição de uma criança que transita na ilegibilidade social de gênero em uma escola pública na cidade de Pelotas, interior do Rio Grande do Sul. Por meio das ferramentas disponíveis nos Estudos de Caso buscou-se problematizar, a partir das contribuições foucaultianas no campo do discurso e dos regimes de verdade, as atribuições assumidas pelos currículos e pelas práticas pedagógicas de produção-regulação-produção de performatividades de gênero na infância. O presente trabalho destaca como o trânsito e as participações mantidas pelos diferentes sujeitos nas escolas assumem configurações diversas buscando interditar os saberes e as diferentes formas de entender os espaços, os currículos e os sexos, legitimando as assimetrias sociais que, em dentre outras coisas, buscam destituir os corpos estranhos da escola.