Ao longo dos tempos, foram contribuindo para a modificação no conceito de família as mudanças sociais, culturais, políticas e econômicas. Essas novas constituições de família, vêm ganhando representatividade, também, dentro do texto literário, sobretudo, na literatura infantil. Nesse sentido a literatura protagoniza, através das suas narrativas, espaços de inclusão das diversas formas de parentalidades. Possibilitando a criança a desenvolver a imaginação, a reflexão e os seus sentimentos diluídos de preconceitos. Diante disso analisaremos o livro infantil A princesa e a costureira da escritora Janaína Leslão, publicado em 2015. O conto narra o florescimento do amor entre a princesa Cíntia e a costureira Isthar, a composição de uma nova parentalidade tendo em vista que elas se casam e vão viver juntas com o filho pequeno de Isthar; além de suscitar o debate sobre relacionamentos interraciais haja vista que Cíntia é uma mulher negra enquanto Isthar uma mulher branca. Utilizaremos como referencial teórico os pressupostos filosóficos de Simone de Beauvoir (2016) para dialogar sobre a construção da identidade feminina, e os pressupostos psicanalíticos de Françoise Dolto (1996) e Jurandir Freire Costa (1992), debatendo os aspectos da sexualidade feminina e homoerótica.