Pensar a indústria enquanto um meio estático, um sistema integrado ou apenas como uma paisagem mecanizada talvez seja a maneira menos complexa de formular um conceito e analisar a problemática que a envolve. Essa pesquisa tem como intuito subverter alguns dos pensamentos propagados pela Indústria da Moda, percebendo a mesma como mais que idealizadora e fabricante de produtos, mas como uma construtora e propagadora das representações culturais da sociedade androcêntrica, sendo “fabricante” de qual “corpo vestir”, “o que a sociedade machista quer enxergar” e em “qual vitrine se expor”. Perpassando a exploração do trabalho, transformando-a em violência psicológica e simbólica, expropriando pessoas do seu espaço mais próximo, o seu próprio corpo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter bibliográfico. Na qual notamos que a indústria da moda e seu viés capitalista transformam a produção e consumo um ciclo infindo, primeiro estipulam um padrão de “corpos da moda” e seguidamente mapeiam quais corpos não se enquadram nessas normas, para que assim possam estimular o consumo de produtos que subsidiem na adequação desses corpos. Percebemos por fim, que os corpos estão suscetíveis as tais “bombardeios” discursivos sobre “saúde e beleza”, porém ficou evidente que as mulheres são as maiores vítimas desse processo e se faz necessário uma luta constante por uma moda representativa para todas e todos.