O presente artigo busca, através da análise de imagens, entender como a valorização da maternidade foi difundida no almanaque d’ a saúde da mulher- periódico anual de circulação nacional de 1906 a 1974- na década de 1930, como uma estratégia do biopoder adentrar no meio social e familiar. Para isso nos apoiaremos nas investigações de Michel Foucault sobre a teorização do biopoder e do dispositivo da sexualidade e como este desenvolveu-se no ocidente, outra teórica fundamental para nosso trabalho é Judith Butler que ao cunhar um conceito de gênero distante da ideia de fixidez nos abre espaço para compreender como o gênero é construído pelos discursos. Para realizar tal pesquisa nos apoiaremos metodologicamente nos usos que Jean Jacques Courtine fez das teorizações de Foucault a respeito da análise discurso e sua aplicação às imagens. Desta forma buscamos contribuir para os trabalhos que tem como objetivo principal trabalhar o gênero e as tentativas performáticas de construí-lo, dito isto, defendemos que ao patologizar o corpo feminino e associá-lo a maternidade como função principal da mulher na sociedade o almanaque criou a mulher que ele próprio fala.