O presente artigo trata da representação feminina na ficção através de seus diferentes ciclos e períodos na contemporaneidade ocidental - de acordo com as diversas influências artísticas, sociais e culturais. Ora, a mulher é tratada como frágil e vulnerável, incapaz de assumir suas escolhas e mesmo sua sexualidade, ora é hipersexualizada e objetificada em meio a um panorama onde a “cultura do estupro” se tornou lugar-comum. Ao tratar de interseccionalidade neste tema, é possível abordar a negatividade de todos esses casos, haja vista que enquanto a mulher branca, historicamente, luta para ter reconhecido o seu direito de portar-se, vestir-se e assumir sua sexualidade como desejar (fugindo ao estabelecido padrão de castidade), a mulher negra luta pelo fim da hipersexualização de sua imagem, constantemente associada a padrões opostos ao da mulher branca. Apesar de diferentes, todos os casos configuram opressões que necessitam ser pensadas, repensadas e modificadas de forma a garantir a plenitude dos direitos femininos entre as diferentes minorias (negras, brancas, pobres, homossexuais...). Dessa forma, utiliza-se do método indutivo para analisar o contexto ficcional ao qual a mulher é inserida nos dias atuais, fazendo-se a revisão das bibliografias correlatas, sobretudo textos de Susan Feludi, Simone de Beauvoir e Helena Hirata.