A partir do incentivo à intensificação da industrialização, o nosso país sofreu um forte processo de urbanização. Desse modo, o campo passou a ser visto como um lugar de atraso; e a cidade, como um espaço moderno e avançado. Neste sentido, os componentes curriculares e conteúdos são predominantemente de abordagem urbana, praticamente excluindo dos conteúdos as vivências e a cultura dos homens e mulheres do campo. Neste cenário, o sistema educacional vigente pratica uma exclusão política e territorial preterindo o meio rural e apresenta meio urbano como um lugar mais atrativo para viver. Para contrapor esse modelo educacional e oferecer uma alternativa de visão, nasce o programa Residência Jovem – Fortalecimento da Juventude Rural, através da chamada do edital n.19/2014, do CNPq, com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação-MTCI, Ministério do Desenvolvimento Agrário-MDA/INCRA e Secretaria Nacional de Juventude. Sendo operacionalizado pelo CNPq, a chamada tinha por objetivo selecionar propostas de apoio financeiro que visavam à capacitação profissional, tecnológica e inovadora de jovens de 15 a 29 anos, estudantes de nível médio, e apresentava a pretensão de contribuir consideravelmente com assentamentos da Reforma Agrária, da agricultura familiar e comunidades tradicionais. O Residência Jovem Paraíba surgiu de propostas da Universidade Federal da Paraíba - UFPB e dos Departamentos de História e Agricultura, com os projetos de extensão “Formação sociohistórica de jovens camponeses para inovação tecnológica no Semiárido Paraibano” e “JUVENTUDE RURAL: fortalecendo a inclusão produtiva na zona da Mata e Brejo Paraibano”. O Residência Jovem Paraíba foi estruturado como curso de nível Pós-médio para jovens de 15 a 29 anos. O curso foi realizado no Centro de Formação Elizabeth João Pedro Teixeira, em Lagoa Seca, com os parceiros: Instituto Nacional do Semiárido – INSA, Via Campesina e ASPTA. Os objetivos do curso de extensão foi contribuir com a formação humana dos jovens do campo, sendo assim, formando-os com consciência crítica e contextualizada sobre o Brasil e o meio em que vivem, desta forma, desenvolvendo técnicas e tecnologias renováveis para a convivência harmoniosa com o meio rural e prática camponesas, com princípios da Educação Popular, do Educação do Campo e da Agroecologia.