Diante da necessidade de desconstrução de discursos cristalizados sobre papéis de gênero, é que essa proposta de trabalho foi elaborada. D. Batson (1991) conceitua a empatia como sendo a mobilização para o outro, para o conhecimento novo, uma projeção para fora de si mesmo em direção ao universo. A proposta está no formato de uma pesquisa-intervenção, realizada com 37 crianças, divididas em dois grupos de cerca de 18 estudantes cada, do 3º ano do ensino fundamental I de uma escola pública municipal da cidade de Campina Grande-PB, na faixa de oito a dez anos de idade. Os dados obtidos foram registrados no Diário de Campo e analisados por meio da Análise de Conteúdo de L. Bardin. Para promover a empatia foram utilizadas técnicas que objetivaram a descentração cognitiva, elaboradas com o auxílio de diferentes recursos, tais como: Mural interativo com figuras de menino e menina, episódio “Brinquedo de Menino”, do Desenho animado Diário de Mica, Desenho livre, Teatro dirigido. Nos discursos iniciais, constatou-se o predomínio, tanto entre as meninas, como entre os meninos, de uma visão diferenciada em função do gênero. No mural interativo, as referências dadas à imagem da menina foram: alegre, casinha (figura), cozinha (figura), boneca (figura), doce, frágil, chora muito, veloz, xinga mais, rosa, inteligente, sentimental; enquanto as dadas ao menino foram: ama futebol, bola (figura), tem coragem, pipa (figura), carro (figura), doce, forte, veloz, azul, sensível e boné (figura). Com o desenvolvimento das intervenções, foram observadas mudanças nas percepções e comportamentos em relação aos papéis de gênero, no sentido de diluição da discriminação e do preconceito. Espera-se que este trabalho inspire outros estudos e intervenções no sentido de construir uma sociedade mais empática e igualitária.