O presente artigo apresenta o Projeto Universidade para Todos – UPT como uma experiência de inclusão e formação continuada sustentado em uma política de desenvolvimento educacional de reparação e de ação afirmativa, balizadas pelo conceito de equidade descrito na Constituição de 1988 e destinadas aos grupos que foram historicamente segregados. Como contexto de produção, traz a Universidade em suas funções essenciais, destacando a preocupação sócioeducacional como premissa institucional, a partir da formação superior. O UPT na perspectiva de um projeto de extensão interinstitucional é apresentado neste artigo a partir de dois eixos de construção argumentativa que alicerçam todo o constructo: i. a perspectiva inclusiva no olhar para as políticas afirmativas institucionais e ii. a formação continuada como contrapartida formativa acadêmica. No primeiro eixo, destaca-se a incipiente probabilidade do acesso dos estudantes de baixa renda à Universidade enquanto alunos, já que essa linha de ação da extensão busca propiciar o envolvimento da comunidade acadêmica com a sociedade na promoção da inclusão e transformação social. No segundo eixo, o processo de formação continuada é uma das faces deste projeto, que perpassa pelos conceitos de professor pesquisador e professor reflexivo de modo que os mesmos assumam a necessidade de uma formação para além de reprodução das práticas as quais foram submetidas enquanto alunos. O debate proporcionado por esses eixos, possibilita uma atuação da Academia de forma a garantir uma luta mais próxima e real contra as ações de exclusão social, sofridas por uma parcela da sociedade brasileira que teve seus direitos não asseverados, lançando mão de ferramentas e espaços para garantir possibilidades de uma maior participação e formação social.