Resumo: A consciência fonológica tem despertado o interesse de inúmeros estudos que buscam, sobretudo investigar a interferência dessa habilidade no desempenho ulterior em leitura e escrita. O desenvolvimento das capacidades fonológicas ao longo do processo evolutivo da criança em contato com o código escrito pode ser observado a partir das representações infantis sobre a escrita. Diante dessas considerações, este estudo teve por objetivo descrever o desempenho em consciência fonológica com relação às hipóteses de escrita em crianças de primeiro, segundo e terceiro ano do Ensino Fundamental de uma escola pública da cidade de João Pessoa – Paraíba. Para avaliação da consciência fonológica foi utilizado o teste Consciência Fonológica: Instrumento de Avaliação Sequencial - Confias. Na avaliação da hipótese de escrita, solicitou- se a escrita de palavras e frases, caracterizando-as com base na classificação proposta por Ferreiro e Teberosky - pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética. Os resultados revelaram desempenho médio abaixo do esperado em relação à hipótese de escrita dos estudantes avaliados e que a habilidade silábica desenvolve-se mais rápido do que a habilidade fonêmica. Houve diferença estatisticamente significativa nas habilidades de consciência fonológica entre as crianças de primeiro, segundo e terceiro ano, sugerindo que a exposição gradual e formal a escrita evoca conhecimentos da escrita alfabética e favorece o desempenho em habilidades fonológicas. Assim, tendo em vista que a consciência fonológica é apontada na literatura como habilidade favorável a aprendizagem da leitura e da escrita, observa-se a necessidade do currículo escolar contemplar a exposição formal a esta competência. O desenvolvimento desta habilidade preditora de competência leitora só será viável mediante o desenvolvimento contínuo, assistido e sistemático de atividades de promoção da consciência fonológica.
Palavras-chave: Consciência Fonológica. Hipóteses de Escrita. Leitura.