Historicamente, a educação escolar, na vida dos povos indígenas do Brasil, vem sendo conduzida com propósitos de impor a cultura dominante (ocidental), na busca de integrá-los à sociedade nacional. E, desde o período colonial, os indígenas vêm criando mecanismos de resistência às diversas investidas desta educação escolar homogeneizadora. Desse modo, a proposta deste texto é apresentar reflexões a respeito do currículo da Aldeia-Escola Zarup Wej do Povo Indígena Zoró. Para realização desta pesquisa adotou-se uma metodologia de cunho qualitativo (BOGDAN; BIKLEN, 1982), com abordagem etnográfica (PEIRANO, 1995). Quanto ao campo de análise dos dados da pesquisa, refere-se a uma leitura epistemológica que articula o pressuposto do campo da educação, currículo, interculturalidade. A pesquisa evidenciou que a interculturalidade é uma preocupação constante no fazer escolar do Povo Zoró, expresso tanto no currículo construído pela comunidade educativa quanto no formato da escola.