Este artigo é resultado da minha tese de doutorado intitulada Pedagogia do Movimento Camponês na Paraíba: das Ligas aos Assentamentos Rurais De acordo com o Senso Escolar 2012, 69,8% das escolas do Ensino Fundamental da Paraíba estão localizadas no campo. As pesquisas realizadas no litoral norte paraibano comprovam que com raras exceções, não existem Projetos Políticos Pedagógicos adequados à realidade do campo; pelo contrário, perpetua-se uma matriz curricular urbanizada e industrializada e, portanto, descontextualizada da realidade camponesa nordestina. Este trabalho tem como objetivo identificar elementos que contribuam para a construção de uma escola do campo que fortaleça a identidade dos sujeitos do campo e o desenvolvimento sustentável da família camponesa. Adota como embasamento teórico as Diretrizes Operacionais por uma Educação Básica do Campo, autores fundantes da Educação Popular como Freire e Brandão e autores que participam do Movimento de Educação do Campo como Caldart, Arroyo, Molina e Fernandes Através de uma pesquisa qualitativa com perguntas semiestruturadas dirigidas a dois coordenadores de Movimentos Sociais do Campo, um agricultor assentado e comprometido com as mudanças sociais e duas estudantes que participaram do Curso de Magistério pelo PRONERA e que são professoras do campo, assentadas e mães de alunos foi produzido uma coletânea de depoimentos que contribuíram para dialogar com os referenciais teóricos da Educação do Campo no sentido de pensar uma escola do campo que pense o campo a partir do campo fortalecendo assim a identidade dos sujeitos do campo e o desenvolvimento sustentável da família camponesa.