O compêndio reflexivo, terá por ponto de partida a seguinte indagação: "O curso de Licenciatura em Música, atualmente, vem formando músicos para serem professores, ou apenas musicalizando adultos para darem aulas?" Este questionamento surgiu durante uma aula, em que o professor jogou uma determinada pergunta à turma, e muitos não souberam responder. A partir desse episódio, propomos discorrer no corpus desta abordagem, sobre a formação que um futuro licenciando em música terá ao final da graduação e, se tudo o que se aprende — durante o transcurso acadêmico — é realmente aplicável aos diversos contextos sociais e culturais fora do ambiente acadêmico.
A questão abordada à cima possibilita construir reflexões, observadas e ainda vivenciadas em diversas situações no âmbito da academia, (com enfoque maior as disciplinas teórico-práticas da música). Discentes recém ingressantes no curso, se deparam com algumas lacunas, quando se trata de "teoria musical", reflexo — em muitos casos — pela dificuldade em ter acesso a um ensino musical de qualidade.
No intuito de tentar refletir sobre a problemática levantada, buscaremos uma articulação dialógica apoiada no empirismo e na revisão da literatura acerca da temática abordada. Complementando o procedimento metodológico, a aplicação de um questionário semiestruturado aos alunos ingressantes (2017.1) e concluintes da licenciatura em música, e a análise comparativa sobre o Teste de Habilidades Específicas (THE) de três instituições distintas — localizadas no nordeste, sudeste e sul do Brasil — nos trazem à tona elementos consubstanciais que nos servem como fundamentação a este trabalho.
Por fim, a ponderação em dois olhares sobre a indagação exposta — discente e professor respectivamente — permite a real aproximação com o arquétipo aqui estudado. Neste sentido, consideramos que, é da relação com a realidade, com o objeto e com o processo de pesquisa que se geram novas descobertas e se debilita a rigidez dos estereótipos, fornecendo os dados adicionais necessários para o confronto de “verdades”, ora solidificadas, ora prontas para serem destituídas.