O ensino de Língua Portuguesa e consequentemente da norma culta no ambiente escolar não deve ter como finalidade principal a reprovação ou a exclusão da variedade da língua utilizada em nosso dia a dia junto a familiares, amigos, ou seja, uma variedade não padrão popularmente conhecida como linguagem coloquial. Destarte, o domínio da norma culta da língua, somado ao domínio de outras variedades linguísticas, tem a função de nos tornar mais preparados para nos comunicarmos. Saber usar e respeitar todas as variedades da língua é uma grande qualidade que equivale o mesmo que conseguir empregar a língua de modo adequado as mais diferentes situações sociais de que participamos. O preconceito linguístico ocorre quando, por exemplo, um sulista considera sua maneira de falar superior aos que vivem no Norte ou Nordeste do país, sem ter a consciência de que o nosso país possui dimensões continentais e embora todos falemos a língua portuguesa, ela apresenta diversas variações e particularidade regionais. Um dos grandes desafios dos professores é esclarecer para seus alunos que a língua escrita e a língua falada podem apresentar distinções e continuarem corretas em suas peculiaridades. Segundo Biderman (1988), “A língua é responsável por transmitir a herança cultural de um povo que carrega aspectos de vida, das crenças e de valores de uma sociedade. ” O preconceito linguístico negligencia essa e outras definições do que é língua e suas variações que mudam de acordo com cada estado e as realidades culturais/sociais, além de ser prejudicial ao aprendizado e evolução dos nossos alunos, causando vergonha e constrangimento da parte de alguns e ignorância da outra parte. Face ao exposto, o presente trabalho objetiva analisar a prática docente face a questão do preconceito linguístico nas escolas, expondo possíveis estratégias que o professor pode usar para desconstrução do preconceito linguístico na sala de aula. O trabalho traz ainda algumas reflexões sobre o ensino-aprendizagem da língua portuguesa nas escolas e a importância de combatermos toda e qualquer forma de preconceito linguístico. Mostraremos também como as variações linguísticas estão presentes o nosso dia a dia com as músicas e a internet. Visando esses fatos corriqueiros no convívio social, o presente trabalho embasado com as ideias de Marcos Bagno, esclareceremos alguns pontos desse fenômeno social e a partir destes buscar novas estratégias de ensino onde esses preconceitos parem de ser reproduzidos, ampliando o campo cultural do aluno, por isso foi selecionado também algumas musicas da psicodélica nordestina para exemplificar essas variações.