O presente artigo objetivou analisar os discursos sobre o perfil de educadores para atuar na EJA, sob a ótica de operários-educandos da indústria da construção civil. Pesquisa de abordagem qualitativa teve como lócus o Projeto Escola Zé Peão (PEZP), um projeto de extensão em parceria entre a Universidade Federal da Paraíba – Campus I/Centro de Educação e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Pesada, Montagem e do Mobiliário de João Pessoa e Regiões (SINTRICOM). Os sujeitos da pesquisa foram educandos operários, na faixa etária acima de 30 anos. Metodologicamente foram realizados: o mapeamento do quantitativo de educandos operários, matriculados há, pelo menos dois anos, no PEZP; cinco entrevistas semiestruturadas, em duas salas de aula, de dois canteiros de obra diferentes, situados na cidade de João Pessoa-PB, entre os meses de setembro a outubro de 2016. As informações obtidas foram analisadas, segundo a perspectiva foucaultiana da Análise Arqueológica do Discurso (AAD). A AAD se refere a um modo específico de se conhecer como os homens têm produzido seu saber sobre os fenômenos, as coisas existentes no corpo social, a partir das práticas discursivas. Conforme assevera Foucault (2000, p. 25), a “análise arqueológica é a análise da maneira [...] pela qual os objetos são constituídos, os sujeitos se colocam, e os objetos se formam”. Nossas conclusões nos direcionam a buscar nos discursos destes operários educandos, os enunciados nos levaram a determinados campos de saberes e discursos pedagógicos, a exemplo da Educação Popular e da Pedagogia Sociocultural, como alicerces para a formação de educadores populares para a Educação de Jovens e Adultos.