A escola, em suas atividades educativas, nem sempre garante a abordagem dos saberes e fazeres locais. A partir deste contexto, desenvolveu-se em uma escola pública do município de São João do Tigre-PB, um estudo aplicado ao ensino básico por meio de uma ação educativa que se propôs valorizar o papel das mulheres rendeiras do Cariri Paraibano. Como organização do trabalho pedagógico escolheu-se o projeto didático, que possibilitou colocar na prática da sala de aula situações em que a linguagem oral, linguagem escrita, leitura e produção de textos se inter-relacionaram de forma contextualizada. A interdisciplinaridade pelo olhar de Morin (2011), as práticas de multiletramentos discutidas por Rojo (2012) nortearam o pensar e o fazer pedagógico da ação educativa. Na medida em que os alunos foram desenvolvendo as atividades, avaliou-se até que ponto os níveis de aprendizagens em torno dos eixos da Língua Portuguesa, foram consolidados, considerando, que os participantes estavam concluindo a primeira fase do Ensino Fundamental. Este estudo apresenta os níveis de aprendizagem dos sujeitos da pesquisa e utiliza como parâmetro os direitos de aprendizagem constituídos a partir da Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010, do Conselho Nacional de Educação. No decorrer das vivências de interação com os alunos, percebeu-se que o ensino promovido pelos professores se baseia em um conjunto de informação que anula a possibilidade de constituir experiências significativas para a formação do sujeito com os aspectos humanos e geográficos do local. Como também, um conjunto de direitos que deveria ter dado condições para a consolidação da capacidade de produzir e compreender textos não foi garantido ao longo do processo de alfabetização. No entanto, ao mesmo tempo em que se diagnosticaram as aprendizagens existentes e as não aprendizagens promovia-se o desenvolvimento de novas aprendizagens para além da perspectiva escolarizada.