As orientações inscritas nos documentos oficiais para a educação no Brasil, particularmente no que tange o ensino de línguas no Brasil, como uma prescrição do trabalho educacional, norteiam a teoria e prática de ensino, (re)direcionando o trabalho dos professores e de demais envolvidos no planejamento das ações na sala de aula. Tendo em vista que esses documentos podem interferir no desencadeamento e (re)organização da atividade educacional, neste estudo, optamos pela análise da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), documento recém publicado pelo Ministério de Educação (MEC), a partir de consulta pública. Considerando o papel da interdisciplinaridade nas transformações e mudanças necessárias à educação e ao processo de construção do conhecimento, neste artigo, pretendemos analisar como o ensino interdisciplinar é contemplado na BNCC para o componente curricular de Língua Inglesa. Para isso, a partir de uma determinada concepção de interdisciplinaridade, dada a sua particular dificuldade de conceituação unívoca, inicialmente, discutimos como o conceito de interdisciplinaridade aparece em outro documento oficiais que regem o ensino de línguas estrangeiras, como nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), e mapeamos as dificuldades que o ensino de língua inglesa enfrenta, a despeito de sua importância, para atender a proposta entendida como interdisciplinar. Em seguida, verificamos de que maneira a interdisciplinaridade aparece no BNCC. Concluímos que a concepção de interdisciplinaridade adotada na BNCC contribui significativamente para o ensino-aprendizagem de língua inglesa, atendendo todos os aspectos da formação humana. Em relação à relevância do ensino interdisciplinar de língua inglesa, observamos que pauta-se na reflexão sobre o papel de ensino de língua estrangeira na formação da cidadania em virtude dos componentes que constituem a BNCC. Sobre as dificuldades de uma proposta interdisciplinar para o ensino de língua inglesa, destaca-se a formação docente.