Resumo: A proposta principal deste artigo é mostrar a importância do cordel no processo de alfabetização popular dentro dos movimentos camponeses do Nordeste brasileiro, entre os anos de 1950 e 2000. Para tanto nos apropriamos dos estudos de Paulo Freire (1970) para a compreensão da prática educativa voltada a alfabetização e conscientização das massas, onde são reivindicadas as propostas de aproximação dos conteúdos com os educandos para o melhor desempenho da prática do ensino aprendizagem; de Curran (1998) para apreendermos acerca da literatura de cordel enquanto instrumento de informação popular, levando em consideração que os poetas populares nordestinos retratam o cotidiano da sociedade brasileira, de acordo com o pesquisador norte americano; de Marinho e Pinheiro (2012) com relação ao uso do cordel no cotidiano escolar, apresentando sugestões e métodos de ensino por meio da poesia cordelística; de Peregrino (1984) e Luciano (2012), com relação à trajetória da literatura de cordel em solos brasileiro; e de Bello (2001) para a contextualização histórica do processo de educação no Brasil, mostrando como a educação do país passou por transformações e rupturas desde a colonização até o final do século XX. Para tanto, temos como fundamentação teórica os ensinamentos de Chartier (2003), no que diz respeito ao uso da cultura popular como fonte histórica, ou de como os sujeitos se apropriam da cultura, dando-lhe novos significados. Desta forma, conclui-se que cada momento histórico requer particularidades que ocasionam em novas práticas educativas, sendo a literatura de cordel requisitada pelos movimentos camponeses, na segunda metade do século XX, como instrumento de alfabetização e conscientização popular