O presente artigo trata da questão da infância no contexto da formação de professores, em
uma perspectiva que vê a infância não como uma figura cronológica, mas como intensidade criadora
da experiência educativa. Tece considerações inicias sobre o lugar da infância em torno da formação
de professores do Primeiro Ano dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. O faz a partir de alguns
dados de uma pesquisa mais ampla, que em linhas gerais se ocupou de compreender os sentidos
veiculados entre os professores de Creches, Pré-Escolas e do primeiro ano dos anos iniciais do ensino
fundamental, no que diz respeito à Infância, questionando, especificamente, como a infância aparece
nos seus discursos. Considerando, de sobremaneira, a problematização concernente ao lugar da
infância nos anos iniciais, impelida, com vigor, a partir da sua extensão para nove anos.
Especificamente neste texto dialogamos com os discursos de professores do primeiro ano dos anos
iniciais da rede pública municipal de escolas urbanas de um município da zona da mata sul de
Pernambuco. Para isso, delimitou como campo empírico cinco escolas municipais do referido
município, nas quais foram realizadas entrevistas semiestruturadas com professoras do primeiro ano
do Ensino Fundamental. Numa abordagem qualitativa, pôde-se evidenciar, a partir dos resultados,
lacunas nas formações dos professores no que diz respeito a um pensar mais intenso acerca da
infância. A garantia de que as crianças sejam atendidas nas suas necessidades de ser criança e viver a
infância ainda são os principais desafios no processo de implementação do Primeiro Ano do Ensino
Fundamental. Muito próxima da compreensão engendrada por discursos pedagógicos tradicionais, os
quais pensam a infância de uma perspectiva forçada do adulto, encontramos, nas falas analisadas,
marcas bem precisas no que se refere ao papel da educação da infância. Uma delas seria a ideia de
infância mais atrelada a uma visão etário restrita ao número de anos que se tem — do que, desde outra
perspectiva, com uma infância que afirma a novidade, que interrompe um estado de coisas para
propiciar o novo, um outro olhar. Tal olhar, nos coloca o desafio de intensificar cada vez mais na
formação, a problematização do lugar da infância na escola.