Apesar das ferramentas de ensino variadas na área, a educação ambiental permanece precarizada no Brasil, com uma baixa compreensão de conceitos como impactos ambientais e o papel antrópico neles pela maior parte da população. Isso não significa que o ensino de Ecologia em si seja de fato inconsistente, mas sim que as significações dos conceitos mais profundos da área não estão sendo abordados de maneira a refletir a compreensão do tema. Conceitos específicos de Ecologia podem ser apreendidos, mas isso não basta para que se tenha a aplicação desses conhecimentos no cotidiano. É nesse cenário que surgem propostas para fazer com que os conceitos abordados sejam interiorizados a partir da vivência. Um passeio pelo bairro, por exemplo, pode mostrar aos alunos os impactos ambientais domésticos, experiência que se interiorizada e refletida, deverá gerar mudança de comportamento. Mas também consideramos que questões ambientais são questões socioculturais e perpassam obrigatoriamente por muitos atores. E apenas o diálogo entre os mais diversos pontos de vista que participam desse cenário pode gerar alterações duradouras. Impacto requer empatia. Mas como ver o cenário a partir do ponto de vista da indústria, a maior responsável pelos impactos ambientais? O jogo Monopólio Ambiental oferece um caminho para isso, fazendo com que os jogadores encarnem empresários que precisam lucrar para vencer o jogo, mas que para isso devem tomar decisões difíceis que envolvam vários aspectos da sociedade civil (governo, população, imprensa...). Tal jogo foi aplicado a aluno de Ensino Fundamental II e Ensino Médio para perceber sua eficácia e eficiência ao trabalhar esses assuntos. O jogo traz conceitos específicos de Ecologia que envolvem toda a dinâmica do jogo. Um questionário foi usado para saber se os alunos apreenderam os conceitos trabalhados e as questões ambientais em micro e macro escalas. Através da análise desse jogo pudemos perceber que ele foi eficaz em ensinar conceitos específicos, como corredores ecológicos e parques ambientais, bem como sobre gerenciar recursos naturais de modo sustentável. E sua eficiência foi também elevada, aumentando consideravelmente o entendimento de conceitos específicos de Ecologia. Curiosamente, uma porção considerável dos alunos subestima o próprio aprendizado, o que foi verificado a partir da análise dos questionários.