Este trabalho pretende desvelar as histórias e memórias de Iraci Cassiano Soares, focando suas contribuições no cenário educacional e político na Paraíba - PB. Justifica-se a escolha da biografada em virtude de ter contribuído na educação sendo uma “professora leiga” e por ocupar espaços que eram considerados exclusivamente masculinos. Como recorte de pesquisa delimitamos o período de 1950 a 1996, por compreender a sua atuação nesse período, dedicando-se a educação, saúde e a política na Baía da Traição. Para trazer à tona todo seu legado, que corresponde à trajetória educacional e política, imbricadas em sua prática como professora leiga, apoiaremos a pesquisa pelos respaldos da História Oral Temática, por atribuir às narrativas dos sujeitos uma forma de ressignificação de acontecimentos vivenciados, proporcionando assim expor novos objetos e sujeitos no processo histórico. Para fundamentação teórica recorreremos aos conhecimentos produzidos pelos autores Thompson (1992); Meihy e Holanda (2007) e Meihy, Ribeiro (2011), por entender os avanços de suas pesquisas no campo da História Oral, e a necessidade de perceber e refletir sobre o contexto histórico em que as pessoas comuns estavam inseridas numa determinada época, denominada pelo campo cientifico de micro-história. No caso desta pesquisa, em andamento, são utilizadas fontes orais e impressas que ressaltam a importância da mulher indígena no cenário educacional e politico da Paraíba. Ressalta-se ainda que ao longo de todo o trabalho investigativo percebemos a trajetória de luta das mulheres indígenas representada por Iraci, conhecida por “Tia Nanci”, por ultrapassar barreiras que pareceriam intransponíveis, como a inserção da mulher no mercado de trabalho e na política.