A ilustração portuguesa, no século XVIII, contribuiu para a modernização não só da máquina administrativa portuguesa, mas da educação e da produção do conhecimento na tentativa de civilizar a Metrópole e suas Colônias. Com as colaborações de Antônio Nunes Ribeiro Sanchez e sua obra “Cartas Sobre a Educação da Mocidade” e Luiz Antônio Verney, autor da obra “O Verdadeiros Método de Estudar” o iluminismo português teve intelectuais debatendo a educação e mudanças no sistema educacional no reino. Nesse artigo iremos contribuir para o debate do processo civilizador, mais especificamente, analisando a contribuição do Iluminismo português para as Reformas Pombalinas da Educação e se essas contribuições foram assimiladas pelos “Agentes Civilizadores”, ou seja, os professores. Teoricamente estaremos norteados por Norbert Elias ao pensar a educação como um condicionamento em que os homens se tornaram civilizados em um processo histórico de ensino-aprendizagem que se tornou, também, essencial ao chamado desenvolvimento dos modos e condutas e responsável direto pela formação de um modelo de civilização e conhecimento. Como proposta metodológica, nos aproximamos da perspectiva da História Social do Conhecimento de Peter Burke, pois ao estudar os autores citados acima, além do Estatuto da Universidade de Coimbra e Manuscritos do Arquivo Histórico Ultramarino analisar-se-á a prática, a recepção e o comportamento dos pressupostos educacionais do Iluminismo Português nas Capitanias de Pernambuco e anexas. A partir da análise documental constatamos que os pressupostos educacionais do Iluminismo português tiveram dificuldades para serem implantados na colônia, graças a interferência da igreja, dificuldades com subsídios literários e o comportamento lascivo por parte dos professores, com isso logrado poucos resultados no Processo Civilizador.