A valorização da pluralidade dialetal existente no ambiente escolar é uma importante forma de construir a aprendizagem do aluno a partir da análise de uma língua que está viva e sujeita a mudanças, a depender de quem a utiliza e onde a utiliza. As diversas possibilidades de interação linguística podem contribuir para que o falante nativo da língua portuguesa se reconheça como um cidadão que tenha domínio e competência para fazer uso da variação linguística por meio da oralidade e da escrita. Aprender na escola que existem modos diferentes de falar e que podemos ajustar a fala às circunstâncias, é um avanço na formação dos educandos. O professor precisa se preparar para desconstruir alguns paradigmas, começando a pensar sobre a não aceitação de dogmas e adotando uma postura crítica em relação à norma culta, tranquilizando o aluno que tem medo de errar, mostrando que usar a língua, tanto na modalidade oral como na escrita, é encontrar o ponto de adequação e aceitabilidade de uso destas modalidades; agindo deste modo, o docente transmitirá o ensino da língua sem preconceitos e discriminações. Diante dessas reflexões, este artigo tem o objetivo de oferecer aos docentes da educação básica sugestões de como aprimorar a prática metodológica em relação ao desenvolvimento de atividades que contribuam para a valorização da variação linguística, bem como, o emprego eficiente dela em situações diversificadas de comunicação. Estas sugestões estão embasadas em referenciais teóricos ressaltados neste estudo e em uma experiência orientada e vivenciada pela autora deste artigo, a qual desenvolveu as atividades com discentes do ensino médio.